sábado, 21 de abril de 2007

Unir para Vencer

Os militantes expressaram-se de forma clara e inequívoca. O Dr. Paulo Portas será o novo Presidente do CDS-Partido Popular. Em meu nome, endereço-lhe, bem como a todos os seus apoiantes, os parabéns.

Parabéns também ao Dr. Ribeiro e Castro, incansável nas lutas que travou, até ao último momento, para o bem do CDS e do País. Jamais esquecerei a sua determinação, que creio que nos deve servir de exemplo a todos. Um homem notável, fora de série, talvez bom demais para a actual cena política Portuguesa.

Com o Congresso, terminará um ciclo. Esperemos que comece outro melhor, coroado de êxito para esta grande casa que é o CDS. Não podemos fugir das responsabilidades que se aproximam: O País espera uma oposição combativa ao Governo da nossa parte.

Numa altura em que, pela primeira vez na história da terceira República, o PSD está em total desnorte e sem liderança, o CDS tem uma oportunidade única de agarrar as rédeas da oposição democrática.

Fugir a esta responsabilidade histórica é deitar no lixo o destino do nosso partido: Governar Portugal.

Saibamos agora unir o CDS para vencer 2009.

Hugo Abreu

sexta-feira, 20 de abril de 2007

Porquê Ribeiro e Castro

Há três critérios relevantes para decidir em quem votar numas eleições internas de um partido: as ideias políticas, claro; a forma como os candidatos se propõem defendê-las; e a credibilidade que cada um tem para congregar pessoas e convencer o eleitorado.

Seguindo estes critérios, a minha escolha é José Ribeiro e Castro.

Primeiro, porque lhe conheço as ideias e porque, partindo do princípio de que no essencial todos estamos de acordo, me revejo nas suas prioridades. Desde logo, na de consolidação de uma base doutrinal estável, agregadora das várias tendências existentes no partido (conservadora, liberal e democrata-cristã) e capaz de contrastar com a social-democracia dominante. Um partido de direita só é útil se defender valores de direita. É descabido querer conquistar o vizinho quando ainda nem sequer se ganhou a família. Por isso, a ideia de concorrer com o PSD, com as armas e no terreno do PSD, é absurda. Mas as prioridades de Ribeiro e Castro não se ficam apenas pelas “abstracções” da estratégia e da doutrina. No campo das “questões que preocupam os portugueses no dia-a-dia”, é prioridade, por exemplo, a redução do peso do Estado, a redução dos encargos do Estado e a redução da carga fiscal imposta pelo Estado. Propostas “práticas”, que me interessa ver defendidas, e que Paulo Portas, enquanto número dois de uma coligação que governou o país durante quase três anos, nunca pôs em prática. Talvez por isso Portas aposte agora mais na “cultura”, na “ciência” e no “ambiente”. Ideias novas, ideias diferentes? Nem uma coisa nem outra. Paulo Portas tem-se limitado a fazer meras enunciações. Diz “cultura”, “ciência” e “ambiente”, mas não passa daí. O que pensa Portas nestas matérias é algo que ainda não sabemos. Não sabemos, por exemplo, como vai pegar nas “questões ambientais”; se vai ser alGoreano e pregar o apocalipse climatérico? Se vai exigir o cumprimento rigoroso dos irrealistas limites de Quioto? Ou se vai apenas tentar “sensibilizar” as pessoas? Também não sabemos o que é que quer dizer quando afirma que Portugal deve ser “um espaço cosmopolita de cultura”. Será que vai propor a subsidiação da cultura cosmopolita? A exportação da cultura cosmopolita? A obrigação do cidadão de consumir cultura cosmopolita? Não sabemos. E como não sabemos, nem sequer podemos elogiar ou criticar de forma substancial. Nem as novas prioridades nem as “velhas” ideias, pois também não nos foi explicado quais destas, para si, ainda se mantêm válidas...

Segundo, porque prefiro a forma de fazer política de Ribeiro e Castro à de Paulo Portas. Paulo Portas é um agitador mediático, excelente em soundbites e trocadilhos noticiáveis, mas menos bom a fazer passar mensagens consistentes. É um coleccionador de grandes momentos efémeros. Uma espécie de “5 minutos de fama” todos os dias. Telegénico, mas cansativo. E, no fim de contas, contraproducente. Ao invés, Ribeiro e Castro tem tentado - com falhas, é certo - falar de política e de políticas. Por ter um estilo pouco show friendly, é menos assíduo nas televisões e manchetes de jornais. Mas não se pode sentenciar que seja menos eficaz. De Portas sabemos que, com todos os palcos do mundo, teve apenas 7%. Não foi, pois, eficaz. A Ribeiro e Castro devemos a oportunidade de poder dirigir o partido sem ter que constantemente perder tempo a gerir sensibilidades internas. E, já agora, a possibilidade de disputar umas eleições legislativas onde possa provar os votos que vale.

Finalmente, porque considero que, neste momento, tanto para dentro como sobretudo para fora do partido, Ribeiro e Castro é a escolha mais credível. Paulo Portas, ao chefiar na calada uma facção de duvidosa competência política, que durante dois anos tudo fez para enfraquecer o líder do partido a que pertence, desacreditou-se; ao voltar a meio de um mandato do seu sucessor, subvertendo as regras instituídas, descredibilizou-se; ao não explicar de forma minimamente consistente o que é que mudou entre 2005 e hoje que justifique tão abrupto regresso, desvirtuou-se. Não é um ataque ou sequer uma crítica, mas sim uma fria constatação de factos. O CDS, se quiser crescer, tem que atrair gente. Gente para integrá-lo e gente para nele votar. A um Paulo Portas refém dos guardiães do “portismo”, dificilmente alguém se junta. Num Paulo Portas reloaded não se sabe bem de quê e rodeado dos actores secundários de sempre, sensatamente, poucos votam. Já José Ribeiro e Castro tem feito um esforço sério e com resultados para alargar o partido e trazer outra gente para a política. Novos e velhos, conservadores e liberais, profissionais de várias áreas que não precisam de cargos para nada. Um esforço não sindicável por sondagens mas crucial para fazer crescer o CDS-PP. E que por isso não pode, em nome dos caprichos de um militante aborrecido, ser interrompido a meio do caminho.

Tendo em conta que os partidos vivem de votos e que os votos são um crédito, a credibilidade é, em última análise, o critério que mais interessa. A escolha de amanhã é entre um político que se desacreditou pelas asneiras que cometeu no passado recente, e um outro que até prova em contrário – ou seja, até disputar as eleições legislativas a que legitimamente ganhou direito em dois congressos consecutivos – merece, no mínimo, o benefício da dúvida.

Eduardo Nogueira Pinto

Eu (também) acredito

Portugal vive momentos de dificuldades. Momentos que reclamam a mobilização de todos aqueles que entendem que sobre si impende o dever de ajudar a construir um país melhor. Um país mais justo, mais moderno, mais competitivo, mais solidário. Os tempos que vivemos dispensam angústias estéreis, antes nos convocam para a acção. É tempo de contribuirmos para a construção desse País novo.

Acredito que Portugal precisa de confiança. Não conseguiremos, enquanto colectivo, vencer as dificuldades que temos pela frente se não acreditarmos em nós próprios, naquilo que sentimos e naquilo que sabemos fazer. Portugal precisa de confiança e essa confiança há-de resultar do poder de realização dos portugueses e do seu sentido humanista.

Acredito que o Governo precisa de oposição. Uma oposição incisiva e combativa. Uma oposição determinada e sólida. Uma oposição séria e responsável. Uma oposição construtiva e leal. Portugal precisa que todos os que não se revêem nas propostas das esquerdas unam os seus esforços e tomem em mãos a tarefa de contribuir para a qualificação do discurso político e da acção governativa.

Acredito que a oposição precisa de liderança. Uma liderança apoiada em convicções, em valores. Uma liderança que se coloque ao serviço de Portugal e dos portugueses. Uma liderança dialogante, dinâmica e federadora. Uma liderança claramente personalista na sua afirmação matricial, na sua vocação e na sua ambição.

Acredito que há esperança no que o CDS representa e no seu projecto político. Acredito, por isso, que o partido precisa de mudança. Uma mudança que reforce a linha programática definida nos últimos congressos. Uma mudança que permita recomeçar a partir do capital reencontrado e restabelecido como partido de Governo e partido indispensável ao arco de governabilidade de Portugal.

Acredito, por isso, no projecto político apresentado pelo Dr. José Ribeiro e Castro aos militantes do CDS e, por seu intermédio, aos portugueses. Acredito também que é deste projecto, desta seriedade e desta lucidez que Portugal precisa.
Não faço a minha escolha por exclusão de partes, nem pela rejeição da alternativa. A minha decisão funda-se no mérito intrínseco da proposta protagonizada por esta candidatura e no reconhecimento dos bons resultados que foram conseguidos, apesar das circunstâncias particularmente difíceis, senão mesmo injustas, em que o trabalho foi desenvolvido.
Acredito neste projecto e digo “presente”. Quer o Dr. José Ribeiro e Castro um partido de 1000 protagonistas. Aceito o desafio. Seremos, pelo menos, 1001.

Nuno Pombo
Assistente da Faculdade de Direito da UCP

quinta-feira, 19 de abril de 2007

Onde estão os Liberais!?

Um dos argumentos que, com o Diogo Campos, invoquei na carta aberta dirigida, ontem, ao Dr. Ribeiro e Castro, foi o facto de não acreditar que o Dr. Paulo Portas dê garantias aos liberais do Partido.

Ora, hoje, num timing perfeito, um take do Diário Digital anuncia "AR: PS aprova sozinho liberalização da propriedade farmácias.".

Depois disto, alguém ainda acredita no liberalismo dos senhores deputados do CDS-PP que estão sentados na Assembleia da República?

Filipe Santos

O novo velho Portas

Do debate de ontem conclui-se que o Dr. Paulo Portas :

a) substituiu o discurso das pensões de miséria pelas dificuldades daqueles que pagam juros do crédito à habitação (irá prometer baixar a euribor?!) - continua com a exploração de sentimentos;

b) substituiu a defesa de mecanismos que permitam o acesso dos doentes a sistemas privados de saúde pela (simples ideia da) reforma do sistema nacional de saúde (e diz que vem mais liberal!?)

c) afirma que transformá o CDS num grande partido do centro direita (quer fazer-nos acreditar que irá fazer em 2 anos o que não fez em 7?!);

d) afirma que o caminho para o centro é mais benéfico porque só 28% dos portugueses se afirmam de Direita e o CDS precisa de se posicionar onde está mais eleitorado (resta saber, seguindo a mesma linha de raciocínio, porque razão não propõe o Dr. Paulo Portas que o CDS passe a posicionar-se - onde está ainda mais eleitorado - à esquerda?!)

Por isso, apesar de mais televisivo - de ser mais atento às câmaras - a verdade é que o Dr. Paulo Portas apareceu como uma personagem montada, como alguém que molda o discurso consoante os ventos.

No domínio da ficção


Em Obélix e Companhia, um dos livros da série Astérix, o gaulês, Caius Saugrenus, enviado de Júlio César e especialista em marketing, desloca-se a uma desmotivada guarnição romana onde anuncia “eu sou a solução dos vossos problemas”.
Ante tamanha convicção, um dos legionários, recordado dos efeitos milagrosos da poção mágica gaulesa, grita eufórico: “rápido, um caldeirão e ponham-no a cozer!”.
Nesta micro-campanha eleitoral para a presidência do CDS, há um candidato que vem assumindo uma atitude semelhante à do romano arrogante: “Eu sou a solução dos vossos problemas!”. “Eu”. Ele. Portas. O único e irrepetível pauloportas.net.
Relembrando a resposta pronta do legionário habituado a ser sovado regular e impiedosamente por gauleses ébrios de poção mágica, apetece perguntar se também Portas pretende saltar para dentro do caldeirão a fim de conceder a todos os militantes do CDS um trago do seu - mais proclamado que verificado, mais encenado que confirmado – génio, assim permitindo ao partido fazer face aos “gauleses” que o assolam.
Compulsado aquilo que emana da sua campanha fica-se com a sensação de que o candidato se julga ungido de uma graça especial. Bastará invocar o seu nome para que, de súbito, todas as fraquezas do partido se esvaneçam? Será suficiente impetrar as suas divinas atenção e clemência para que o CDS se fortaleça como o não fez durante os sete anos do seu mandato? Chegará o troar da sua voz para que a maioria socialista se esboroe amedrontada? Portas dá a entender que sim. O país inteiro sabe que não. E já lho disse em Fevereiro de 2005.
Mas que nos traz desta vez aquele que quer ser a solução de todos os nossos problemas e, de caminho, dos do país? Um programa sério? Uma equipa fiável? Uma ideia genial? Nada disso.
"Mas há Portas", dirão os entusiastas. "Temos Portas", clamarão os crentes no seu potencial taumatúrgico. E parece chegar-lhes as alegadas sobreexcelência e excelsitude do seu candidato. Mas isso não chega a um partido como o CDS. Sobretudo a um partido como o CDS, que sentiu na própria pele as limitações de ser “partido palco”.
Não basta oferecer à plebe um sorriso perlado agradavelmente surpreendido pela presença na varanda de um fotógrafo arrojado que interrompe a consulta do volume terceiro de uma enciclopédia qualquer para convencer quem quer que seja. Não bastam os ares de Calimero, a candura ofendida e o pacifismo oportunista de quem minou, conspirou e procurou destruir o próprio partido para persuadir o mais ignaro dos incautos. Já não cola. Mais do que prosa e pose, é preciso trabalho e capacidade de proposta. Ainda ninguém lhos viu durante esta campanha.
Depois da palmeta e do red fish, da lavoura, dos combatentes, dos idosos, da Nação, dos espoliados e da imigração, parece ter chegado a vez da saúde. Da dignidade e futuro do seu Sistema Nacional, das condições de trabalho dos seus profissionais e da qualidade e eficiência do serviço prestado aos seus utentes.
Esta é a palmeta nova de Paulo Portas. O seu novo motivo de orgulho e o primeiro alvo do seu reencontrado empenho oratório depois de dois anos de prestação parlamentar sabática. Espero que persista mais nesta “palmeta” que nas anteriores. Não me esqueço que, nas legislativas de 2005, enquanto éramos insultados por antigos combatentes por Portugal inteiro, Portas fugiu desses embates e acolheu-se à sombra protectora das tendas fechadas em que missionava os já convertidos.
Pena é que aquela preocupação com a saúde, anunciada com rodas de novidade, mais não seja, afinal, que uma réplica banal da iniciativa NH Yes de David Cameron. Do tal líder moderno, descomplexado e jovem que o Portas candidato agora quer ser. Nem que, para isso, tenha que imolar o ideário do partido no altar do marketing.
Esperava-se qualquer coisa melhor. Trabalhada. Impecavelmente clean e convenientemente green. Articulada.
Em vez disso, deparamo-nos com uma tradução caseira. “Bolo inglês” instantâneo que os portugueses já não engolem.
Ficção por ficção, prefiro o Astérix.

JV

Perguntas Ingénuas

1. Caso Paulo Portas ganhe as eleições directas aconselha a Ribeiro e Castro o mesmo comportamento que teve durante estes dois anos?

2. Considera o Dr. Paulo Portas que o seu comportamento pessoal, bem como o do restante grupo parlamentar, nestes dois anos, se insere no contexto de disciplina que apregoou durante os sete anos de mandato?

3. Considera o Dr. Paulo Portas que o anúncio da sua candidatura a Presidente do CDS/PP, feita no actual momento, respeita o princípio pelo mesmo idealizado de que o Partido deve respeitar a estabilidade dos Mandatos, não realizando Congressos extraordinários?

4. Como compatibiliza, o Dr. Paulo Portas, o anúncio de um projecto político que pode demorar vários anos, com o rompimento de outro que ainda ia a meio?

Só para que fique registado:
Sim, sim, já sei que o importante é o Eng. Sócrates, bla, bla, bla,
O problema é que o Eng. Sócrates – que eu saiba – não se candidata à liderança do CDS/PP.

DDC