Caros amigos,
Esta tem sido uma campanha triste. Não surpreende.
Dos dois lados, muitos excessos se têm cometido. Não sou isento, e obviamente acredito que os excessos começaram claramente de um dos lados. Pena que nem sempre tenhamos mantido a cabeça fria, e a inteligência e frieza necessárias para resistir à tentação de pagar na mesma moeda.
Independentemente das proporções de culpa, estamos todos a esquecer o essencial. O essencial é o CDS-Partido Popular, o essencial é Portugal. Esta disputa é essencial porque queremos servir o CDS, e queremos pôr o CDS ao serviço de Portugal.
Tudo o que subverta, ou comprometa, esta hierarquia, deve ser imediatamente abandonado, para bem de todos. De que serve liderar o CDS, se pelo caminho perdemos o respeito do eleitorado? Que credibilidade tem alguém que diz querer servir Portugal mas que se serve do Partido?
Que futuro tem um Partido vazio? Que futuro tem um Partido que se diz defensor dos valores, mas que proporciona dos mais degradantes espectáculos da politica Portuguesa dos últimos tempos?
Por isso é que, apesar de considerar excelente a plataforma politica e ideológica do Dr. Paulo Portas (coincidência, ou talvez não, é quase um resumo do trabalho feito pelo Dr. Ribeiro e Castro), não lhe posso dar o meu apoio. Não posso apoiar quem não olha a meios para atingir os fins.
Apelo, contudo, ao respeito de ambas as partes. Seja qual for o resultado, temos que pensar no “day-after”, e ter em mente que os militantes do CDS sabem o que fazem, e que apenas nos cabe respeitar a sua vontade.
Aconteça o que acontecer, estamos todos no mesmo barco. Convém parar para pensar, sob o risco de o próximo Almirante herdar um submarino.
Hugo Abreu