É possível identificar já os traços com que se esboçam as encruzilhadas decisivas que, por vezes, se deparam na vida de um partido. É esta a altura em que somos chamados a escolher o trilho que queremos percorrer. Percebeu-se ontem que não é possível conciliar, no CDS, visões tão diferentes do que deve ser um partido e de quais os métodos que podem ser usados. A expressão eleitoral do CDS não acomoda tanta diversidade. O nosso eleitorado não consente tão degradante espectáculo. Não conseguiremos nunca afirmar um projecto político de valores se não formos capazes de encontrar, dentro da nossa própria casa, a justa medida e o justo critério.
Os partidos são dos seus militantes. O CDS é nosso, de todos os militantes. De mais ninguém. Faremos dele o que quisermos. Usaremos o partido para o que quisermos. Importante é que todos tomemos consciência do que está em causa e que tomemos as decisões que se impuserem. O partido é nosso, não é de mais ninguém. É dos que concordam comigo e dos que de mim discordam. Não tenho, também a esse respeito, falsos dogmas. Nunca exigi, nem exijo agora, concordância mas também nunca prescindi, nem prescindo agora, de lealdade.
Sou forçado a defender o partido em que acredito de manobras que representam o que politicamente abomino e desprezo. É em nome da defesa do meu partido e dos valores fundacionais que a ele me levaram que pretendo dar testemunho. Em Óbidos, ao contrário do que pensariam os mais apressados, jogou-se muito mais do que uma mera liderança.
Nuno Pombo