sábado, 14 de abril de 2007

O vazio do portismo!

Não acho que seja exigível, para se ser militante de um partido político, ter o domínio pleno de conceitos filosóficos, sequer das doutrinas que dialogam ao nível da ciência política ou do mundo juridicamente cunhado.
Mas, já seria bom que o militante que pretende contribuir com as suas opiniões para a definição do quadro axiológico e estratégico desse mesmo partido pudesse garantir, na transmissão da informação, algum rigor ou, pelo menos, evitar alguns erros de palmatória.
Vem isto a propósito de certas afirmações que, pretendendo contestar a democracia-cristã, têm sido difundidas entre os arautos jovens do portismo.
Sem tempo para grandes explicações, sublinho apenas, para esclarecimento geral, que o personalismo ético não se confunde com uma visão católica do mundo. E que a democracia-cristã não implica a recondução da polis ao fundamento teológico.
Será que é isto que o portismo nos oferece? A imagem apelativa sem o mínimo de sustentação? O partido sexy a resvalar para a beleza fútil? A pós-modernidade vazia, niilista, onde se admite tudo e o seu contrário, que o documento de orientação política do ex líder protagoniza? O grupo de cultores do chefe que verdadeiramente não sabem porque o defendem?
Ou um laicismo radical e primário que, não só contende com as bases fundacionais do partido – não porque não se saiba que se deve dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César, mas porque só o autismo nos pode levar a negar a herança judaico-cristã que informa a nossa civilização e a desarreigar o homem de todo o fundamento suprapositivo e o CDS sempre se afastou, e bem, do ficcionismo de base racionalista que soprou com ventos revolucionários gauleses –, como de tão primário se escuda em aleivosias como aquela que afirma que o casamento foi inventado no século XV para tirar dinheiro aos fiéis?
Fiquem sabendo, meus caros, que o casamento já o era antes de ter sido sacramentado, ou seja, já existia como instituição dos homens, antes de ter sido chancelado pela mão de Deus.
É contra a imagem em detrimento da ideia, é contra o mediatismo em detrimento da seriedade, que todos devemos votar Ribeiro e Castro.
Eu acredito!