O ambiente e a cultura não são monopólio da esquerda e, portanto, o CDS tem de se abrir ao tratamento destas questões.
Mas, curiosamente, a acutilância da afirmação do ex líder do partido concitou-me algumas dúvidas:
1º Se o partido se tem de tornar cosmopolita e Ribeiro e Castro apenas está à frente dos seus destinos há dois anos, quer isto dizer que Portas confessa – implicitamente – não ter sabido gerir em termos políticos o mesmo durante sete anos?
2º Por que razão, sendo o ambiente matéria transversal, da esquerda à direita, é que Portas e os seus aliados só se lembraram dele, por necessidade, quando Nobre Guedes foi nomeado Ministro do Ambiente?
3º Estará Portas a admitir o bom trabalho do seu concorrente já que Ribeiro e Castro introduziu a temática na agenda do partido, como se pode constatar por diversas iniciativas, incluindo os almoços do Caldas?
E motivou um pedido de esclarecimento. Já que ninguém duvida da importância do ambiente em geral, talvez fosse bom Portas explicar – a não ser que queira continuar no registo perfunctório da afirmação não consequente – que o que divide a esquerda e a direita no tema é a perspectiva com que o encaram, como, aliás, nas demais matérias. Pelo que seria útil mostrar-nos se adere a uma visão antropocêntrica, ecocêntrica ou eclética do fenómeno.
Mas, claro que, se calhar, é pedir demasiado!