sábado, 21 de abril de 2007
Unir para Vencer
Parabéns também ao Dr. Ribeiro e Castro, incansável nas lutas que travou, até ao último momento, para o bem do CDS e do País. Jamais esquecerei a sua determinação, que creio que nos deve servir de exemplo a todos. Um homem notável, fora de série, talvez bom demais para a actual cena política Portuguesa.
Com o Congresso, terminará um ciclo. Esperemos que comece outro melhor, coroado de êxito para esta grande casa que é o CDS. Não podemos fugir das responsabilidades que se aproximam: O País espera uma oposição combativa ao Governo da nossa parte.
Numa altura em que, pela primeira vez na história da terceira República, o PSD está em total desnorte e sem liderança, o CDS tem uma oportunidade única de agarrar as rédeas da oposição democrática.
Fugir a esta responsabilidade histórica é deitar no lixo o destino do nosso partido: Governar Portugal.
Saibamos agora unir o CDS para vencer 2009.
Hugo Abreu
sexta-feira, 20 de abril de 2007
Porquê Ribeiro e Castro
Seguindo estes critérios, a minha escolha é José Ribeiro e Castro.
Primeiro, porque lhe conheço as ideias e porque, partindo do princípio de que no essencial todos estamos de acordo, me revejo nas suas prioridades. Desde logo, na de consolidação de uma base doutrinal estável, agregadora das várias tendências existentes no partido (conservadora, liberal e democrata-cristã) e capaz de contrastar com a social-democracia dominante. Um partido de direita só é útil se defender valores de direita. É descabido querer conquistar o vizinho quando ainda nem sequer se ganhou a família. Por isso, a ideia de concorrer com o PSD, com as armas e no terreno do PSD, é absurda. Mas as prioridades de Ribeiro e Castro não se ficam apenas pelas “abstracções” da estratégia e da doutrina. No campo das “questões que preocupam os portugueses no dia-a-dia”, é prioridade, por exemplo, a redução do peso do Estado, a redução dos encargos do Estado e a redução da carga fiscal imposta pelo Estado. Propostas “práticas”, que me interessa ver defendidas, e que Paulo Portas, enquanto número dois de uma coligação que governou o país durante quase três anos, nunca pôs em prática. Talvez por isso Portas aposte agora mais na “cultura”, na “ciência” e no “ambiente”. Ideias novas, ideias diferentes? Nem uma coisa nem outra. Paulo Portas tem-se limitado a fazer meras enunciações. Diz “cultura”, “ciência” e “ambiente”, mas não passa daí. O que pensa Portas nestas matérias é algo que ainda não sabemos. Não sabemos, por exemplo, como vai pegar nas “questões ambientais”; se vai ser alGoreano e pregar o apocalipse climatérico? Se vai exigir o cumprimento rigoroso dos irrealistas limites de Quioto? Ou se vai apenas tentar “sensibilizar” as pessoas? Também não sabemos o que é que quer dizer quando afirma que Portugal deve ser “um espaço cosmopolita de cultura”. Será que vai propor a subsidiação da cultura cosmopolita? A exportação da cultura cosmopolita? A obrigação do cidadão de consumir cultura cosmopolita? Não sabemos. E como não sabemos, nem sequer podemos elogiar ou criticar de forma substancial. Nem as novas prioridades nem as “velhas” ideias, pois também não nos foi explicado quais destas, para si, ainda se mantêm válidas...
Eu (também) acredito
Acredito que Portugal precisa de confiança. Não conseguiremos, enquanto colectivo, vencer as dificuldades que temos pela frente se não acreditarmos em nós próprios, naquilo que sentimos e naquilo que sabemos fazer. Portugal precisa de confiança e essa confiança há-de resultar do poder de realização dos portugueses e do seu sentido humanista.
Acredito que o Governo precisa de oposição. Uma oposição incisiva e combativa. Uma oposição determinada e sólida. Uma oposição séria e responsável. Uma oposição construtiva e leal. Portugal precisa que todos os que não se revêem nas propostas das esquerdas unam os seus esforços e tomem em mãos a tarefa de contribuir para a qualificação do discurso político e da acção governativa.
Acredito que a oposição precisa de liderança. Uma liderança apoiada em convicções, em valores. Uma liderança que se coloque ao serviço de Portugal e dos portugueses. Uma liderança dialogante, dinâmica e federadora. Uma liderança claramente personalista na sua afirmação matricial, na sua vocação e na sua ambição.
Acredito que há esperança no que o CDS representa e no seu projecto político. Acredito, por isso, que o partido precisa de mudança. Uma mudança que reforce a linha programática definida nos últimos congressos. Uma mudança que permita recomeçar a partir do capital reencontrado e restabelecido como partido de Governo e partido indispensável ao arco de governabilidade de Portugal.
Acredito, por isso, no projecto político apresentado pelo Dr. José Ribeiro e Castro aos militantes do CDS e, por seu intermédio, aos portugueses. Acredito também que é deste projecto, desta seriedade e desta lucidez que Portugal precisa.
Nuno Pombo
Assistente da Faculdade de Direito da UCP
quinta-feira, 19 de abril de 2007
Onde estão os Liberais!?
Ora, hoje, num timing perfeito, um take do Diário Digital anuncia "AR: PS aprova sozinho liberalização da propriedade farmácias.".
Depois disto, alguém ainda acredita no liberalismo dos senhores deputados do CDS-PP que estão sentados na Assembleia da República?
Filipe Santos
O novo velho Portas
a) substituiu o discurso das pensões de miséria pelas dificuldades daqueles que pagam juros do crédito à habitação (irá prometer baixar a euribor?!) - continua com a exploração de sentimentos;
b) substituiu a defesa de mecanismos que permitam o acesso dos doentes a sistemas privados de saúde pela (simples ideia da) reforma do sistema nacional de saúde (e diz que vem mais liberal!?)
c) afirma que transformá o CDS num grande partido do centro direita (quer fazer-nos acreditar que irá fazer em 2 anos o que não fez em 7?!);
d) afirma que o caminho para o centro é mais benéfico porque só 28% dos portugueses se afirmam de Direita e o CDS precisa de se posicionar onde está mais eleitorado (resta saber, seguindo a mesma linha de raciocínio, porque razão não propõe o Dr. Paulo Portas que o CDS passe a posicionar-se - onde está ainda mais eleitorado - à esquerda?!)
Por isso, apesar de mais televisivo - de ser mais atento às câmaras - a verdade é que o Dr. Paulo Portas apareceu como uma personagem montada, como alguém que molda o discurso consoante os ventos.
No domínio da ficção
Ante tamanha convicção, um dos legionários, recordado dos efeitos milagrosos da poção mágica gaulesa, grita eufórico: “rápido, um caldeirão e ponham-no a cozer!”.
Nesta micro-campanha eleitoral para a presidência do CDS, há um candidato que vem assumindo uma atitude semelhante à do romano arrogante: “Eu sou a solução dos vossos problemas!”. “Eu”. Ele. Portas. O único e irrepetível pauloportas.net.
Relembrando a resposta pronta do legionário habituado a ser sovado regular e impiedosamente por gauleses ébrios de poção mágica, apetece perguntar se também Portas pretende saltar para dentro do caldeirão a fim de conceder a todos os militantes do CDS um trago do seu - mais proclamado que verificado, mais encenado que confirmado – génio, assim permitindo ao partido fazer face aos “gauleses” que o assolam.
Compulsado aquilo que emana da sua campanha fica-se com a sensação de que o candidato se julga ungido de uma graça especial. Bastará invocar o seu nome para que, de súbito, todas as fraquezas do partido se esvaneçam? Será suficiente impetrar as suas divinas atenção e clemência para que o CDS se fortaleça como o não fez durante os sete anos do seu mandato? Chegará o troar da sua voz para que a maioria socialista se esboroe amedrontada? Portas dá a entender que sim. O país inteiro sabe que não. E já lho disse em Fevereiro de 2005.
Mas que nos traz desta vez aquele que quer ser a solução de todos os nossos problemas e, de caminho, dos do país? Um programa sério? Uma equipa fiável? Uma ideia genial? Nada disso.
"Mas há Portas", dirão os entusiastas. "Temos Portas", clamarão os crentes no seu potencial taumatúrgico. E parece chegar-lhes as alegadas sobreexcelência e excelsitude do seu candidato. Mas isso não chega a um partido como o CDS. Sobretudo a um partido como o CDS, que sentiu na própria pele as limitações de ser “partido palco”.
Não basta oferecer à plebe um sorriso perlado agradavelmente surpreendido pela presença na varanda de um fotógrafo arrojado que interrompe a consulta do volume terceiro de uma enciclopédia qualquer para convencer quem quer que seja. Não bastam os ares de Calimero, a candura ofendida e o pacifismo oportunista de quem minou, conspirou e procurou destruir o próprio partido para persuadir o mais ignaro dos incautos. Já não cola. Mais do que prosa e pose, é preciso trabalho e capacidade de proposta. Ainda ninguém lhos viu durante esta campanha.
Depois da palmeta e do red fish, da lavoura, dos combatentes, dos idosos, da Nação, dos espoliados e da imigração, parece ter chegado a vez da saúde. Da dignidade e futuro do seu Sistema Nacional, das condições de trabalho dos seus profissionais e da qualidade e eficiência do serviço prestado aos seus utentes.
Esta é a palmeta nova de Paulo Portas. O seu novo motivo de orgulho e o primeiro alvo do seu reencontrado empenho oratório depois de dois anos de prestação parlamentar sabática. Espero que persista mais nesta “palmeta” que nas anteriores. Não me esqueço que, nas legislativas de 2005, enquanto éramos insultados por antigos combatentes por Portugal inteiro, Portas fugiu desses embates e acolheu-se à sombra protectora das tendas fechadas em que missionava os já convertidos.
Pena é que aquela preocupação com a saúde, anunciada com rodas de novidade, mais não seja, afinal, que uma réplica banal da iniciativa NH Yes de David Cameron. Do tal líder moderno, descomplexado e jovem que o Portas candidato agora quer ser. Nem que, para isso, tenha que imolar o ideário do partido no altar do marketing.
Esperava-se qualquer coisa melhor. Trabalhada. Impecavelmente clean e convenientemente green. Articulada.
Em vez disso, deparamo-nos com uma tradução caseira. “Bolo inglês” instantâneo que os portugueses já não engolem.
Ficção por ficção, prefiro o Astérix.
Perguntas Ingénuas
1. Caso Paulo Portas ganhe as eleições directas aconselha a Ribeiro e Castro o mesmo comportamento que teve durante estes dois anos?
2. Considera o Dr. Paulo Portas que o seu comportamento pessoal, bem como o do restante grupo parlamentar, nestes dois anos, se insere no contexto de disciplina que apregoou durante os sete anos de mandato?
3. Considera o Dr. Paulo Portas que o anúncio da sua candidatura a Presidente do CDS/PP, feita no actual momento, respeita o princípio pelo mesmo idealizado de que o Partido deve respeitar a estabilidade dos Mandatos, não realizando Congressos extraordinários?
4. Como compatibiliza, o Dr. Paulo Portas, o anúncio de um projecto político que pode demorar vários anos, com o rompimento de outro que ainda ia a meio?
Só para que fique registado:
Sim, sim, já sei que o importante é o Eng. Sócrates, bla, bla, bla,
O problema é que o Eng. Sócrates – que eu saiba – não se candidata à liderança do CDS/PP.
DDC
Um partido Perfeito!
Thomas de Koninck “A nova ignorância e o problema da cultura” Pág. 27 Edições 70
No próximo Sábado, decorrerão as eleições “directas” no CDS-PP. Esta é a altura em que temos de optar: por muito que possamos reconhecer qualidades aos dois candidatos, temos em aberto dois modelos de partido, dois modelos de candidatos, e para já, apenas uma equipa.
Ontem tivemos o primeiro debate entre estes candidatos. Infelizmente o primeiro e único debate. Porque embora se pudesse pensar que era importante que as diferenças fossem esclarecidas, os pontos de discórdia e de concórdia fossem evidenciados, apenas houve disponibilidade para um debate, de uma hora a seguir a um jogo de futebol.
Agora perfeito perfeito era termos tido oportunidade de ver esclarecidos alguns pontos como qual é a diferença de modelo que nos apresentam, em que é que se iria traduzir o novo impulso liberal no partido, o que é que seria feito de substancialmente diferente. Será que o problema que Portas identifica no partido é apenas um problema de estilo? Ou também de conteúdo. E nesse caso, onde é que temos de mudar? Aliás, se o problema é de estilo, e se Portas entende que é o seu estilo o melhor, então ele deveria ter ajudado, e todos saberíamos o tom e estilo a adoptar. Percebermos tudo isto ajudaria ao debate, e ter debate é que era per...feito!
Falam-nos em abrir o partido, em quebrar tabus, em mudar o discurso. Pessoalmente prefiro manter valores, que para mim são os correctos, ganhar conteúdo, apresentar formas alternativas de política, ser igual a todos os outros é perder diferenciação.
Se Portas pode alimentar o “antagonismo militante” durante dois anos, se pode estar calado falando por outros, se pode faltar quando é convocado e aparecer quando não é oportuno que contribua ausentando-se, então porque é que Ribeiro e Castro não pode mostrar indignação com este comportamento?
Perfeito, perfeito, é termos um líder que ouve as bases, que tem um discurso claro e com substância, que sabe que precisa de ouvir os peritos em várias áreas para que o discurso seja sustentado, que está disponível para colaborar com todos, que quer fazer partido por todo o país. Isso é que era perfeito, perfeito, perfeito!
Directos a 2009!
Ao longo das ultimas semanas procurei sempre, de forma abnegada e dentro das minhas limitações pessoais, dar o meu contributo, enquanto militante do partido, dando a conhecer às minhas companheiras e aos meus companheiros militantes aquela que era a minha visão de CDS e aquele que era o meu posicionamento nesta campanha.
Eu sempre me bati por um partido livre, solto, pluralista, diversificado, que soubesse sempre ser fiel ao essencial, aquilo que nos une, e pronto a aceitar o acessório, aquilo que nos separa, entendendo a diferença como riqueza e mais valia, por isso não foi surpresa para ninguém que em 2005 tenha, desde a primeira hora, apoiado o Dr. Ribeiro e Castro para presidente do CDS.
Eu sempre me assumi como Democrata-Cristão, mais do que como conservador ou liberal, e sempre defendi, quer na JP, quer no CDS, que a matriz democrata-cristã deve ser a base, a âncora do CDS na sociedade e na política portuguesa, logo, não surpreendeu ninguém que eu, desde a primeira hora, apoiasse o Dr. Ribeiro e Castro para presidente do CDS.
Fi-lo baseado na mais pura convicção de que este caminho, 2009, era o caminho certo a trilhar pelo partido, e acreditando sempre que este é o rumo certo para Portugal.
Ouvi muitos queixarem-se ao longo dos últimos dois anos de que eram perseguidos, de que se sentiam afastados da vida do partido e que eram as direcções lideradas pelo Dr. Ribeiro e Castro que forçavam essas perseguições e esses afastamentos. Pior, vi Deputados à Assembleia da República do meu partido a criticarem constantemente o presidente do meu partido (acto próprio do "nonsense" mas prova inequívoca da liberdade interna que existe no meu partido), e a criticarem o rumo que o partido seguia sem nunca se constituirem alternativa até ao último dia 1 de Março.
Vi, em directo para o país, do centro cultural de Belém, um ex-líder do partido vir afirmar que era candidato para mudar de rumo, para criar um grande partido de centro-direita, e nos dias seguintes vi gente que berrava alto e bom som que era de direita "encarneirar" imediatamente e a clamar pelo centro-direita, que por aí é que o partido tem que ir.
Porém, nestas últimas semanas, vi um CDS como nunca vi, cheio de vida, de alegria e de cor, um CDS pluralista, de mil protagonistas, de liberdade em que todas e todos puderam expressar as suas opiniões, e em que de facto ficou provado que ninguém havia sido perseguido, ninguém havia sido afastado, pois vi todos, os de sempre e os mais recentes, vi os do antigamente e os de agora, vi o CDS na rua, nos jornais, nas rádios, nas televisões, em blogs e em sites de internet, vi o CDS, o grande CDS de centro-direita e de direita, um CDS que enche salas em todo o país, que mobiliza, que chama até si as mais altas figuras e os mais altos quadros do país, um CDS que se libertou e que mostrou que 2009 já existe no partido, que 2009 somos todos nós, que 2009 é o fruto de uma moção e de um líder que devolveu o partido ao partido, que devolveu ao partido a liberdade de pensar, de debater e de argumentar, de sonhar que há mais do que "pórtismos" e que o partido é de todos, para todos, com todos, e sendo de todos não é só de alguém!
Já esta noite vi um debate em que esteve um ex-presidente e o actual presidente, e percebi porque é ex um e presidente o outro. Ficou provado que há um presidente que tem projecto, que sabe por onde o partido tem que ir, que tem presente as prioridades do partido e do país, um presidente capaz de responder aos ataques e criticas mais severas, um presidente com memória e que soube sempre ter resposta para dar. Do outro lado vi um ex-presidente que não respondeu a uma pergunta, que falava do Eng.º Sócrates sem dizer, mais uma vez, porque é que deve voltar a ser líder, de um ex-presidente que assumiu que não fala enquanto Deputado e que critica o presidente do seu partido por continuar a exercer plenamente o seu mandato (mais um acto próprio do "nonsense"...), um ex-presidente que não explica, não responde, não diz mais do que frases curtas, simples e feitas préviamente e que não satisfazem nem convencem ninguém!
Eu acredito, como nunca acreditei, que o CDS vai crescer e vai chegar aos 10% em 2009, que o CDS vai enfrentar preparadissimo as eleições europeias, autárquicas e legislativas em 2009, com mil rostos e figuras, com milhares de protagonistas, sob a liderança daquele que é entre nós o melhor, aquele que devolveu ao partido o seu sentido de existência e que oferece ao país a prova máxima de seriedade e de liderança, aquele ao lado de quem estive, estou e estarei até 2009, pela vitória do CDS, pelo triunfo de Portugal!
Eu acredito no Dr. Ribeiro e Castro e no dia 21 de Abril apelo a todos os militantes que votem no melhor candidato e que comigo digam alto e bom som: Vamos directos a 2009!
João Salviano Carmo
quarta-feira, 18 de abril de 2007
Carta aberta de dois Liberais ao Presidente do CDS / Partido Popular
Hoje, o CDS, partido que o V. Exa. ajudou a fundar (a partir da, então, Juventude Centrista), do qual somos militantes há um bom punhado de anos, vive momentos conturbados e preocupantes.
Nesta disputa eleitoral interna, que terminará a 21/04/2007, há quem queira identificar uma dicotomia doutrinária entre liberais, que seriam representados pelo Dr. Paulo Portas, e democrata-cristãos, representados pelo V. Exa..
Sendo ambos dois assumidos liberais de sempre, afastamos por completo aquele cenário de (suposta) divergência doutrinária, recusando que sua candidatura represente menos os liberais do Partido que a candidatura opositora.
Aliás, a história passada ensina-nos exactamente o contrário.
Por um lado, o Dr. Paulo Portas tanto nas intervenções que proferia a partir da Assembleia da República ou do Ministério da Defesa Nacional, como nos dias de campanha em que percorria as feiras e mercados do nosso país, nunca se apresentou como um liberal. Antes pelo contrário. Lembramo-nos bem do tempo em que o Dr. Paulo Portas considerava o CDS/PP apenas como Partido democrata-cristão e conservador. Lembramo-nos bem que, durante sete anos, as esparsas referências aos liberais vinham sempre acompanhadas de uma detalhe – liberais moderados. Como se os liberais tivessem uma qualquer capitis deminutio. Também nos lembramos do tempo em que se apregoava que: “Aveiro não é Chicago e Portugal não são os Estados Unidos” ou “As teses liberais são boas lá na Universidade Nova”.
Também ao nível das propostas e da acção política, os sete anos de Presidência de Paulo Portas, nunca tiveram qualquer apetência por uma política liberal e liberalizante. Só a título de exemplo, o Dr. Paulo Portas (i) recusou a liberalização das farmácias na campanha eleitoral de 2002; (ii) enquanto Ministro da Defesa adjudicou contratos públicas ancorando tal decisão em critérios que não a eficiência; (iii) Nunca se fez uma referência ao Estado fiscal voraz; (iv) ou foi a economia uma prioridade.
Pelo que, não existem, objectivamente, razões para acreditar que Paulo Portas seja verdadeiramente um liberal ou que os liberais se possam nele rever.
Pelo contrário, o V. Exa., sendo – assumidamente - um democrata-cristão (o que sempre nos separará), tem sabido fazer a síntese do Partido, incluindo a sua corrente liberal. Nunca a renegou. Nunca a desprezou. Nunca a menorizou. Antes pelo contrário. Sabemos que divergiremos em muitos aspectos. Sabemos que nunca será um liberal como nós somos. Mas sabemos e sentimos que sempre nos representou. Pelo que, apesar de não ser V. Exa. um liberal, podemos-lhe afiançar que nos revemos no que tem defendido.
Com efeito, como poderá um liberal do Partido não votar na candidatura que V. Exa. apresenta, quando nos tem proposto, entre tantas outras coisas, liberdade na educação com a introdução do cheque ensino (quando com Paulo Portas se defendia que se cantasse o hino), concorrência nos serviços sociais, necessidade de um Estado mais leve com a consequente reorganização e redefinição das funções do mesmo. Como pode um liberal não votar na candidatura de V. Exa., quando tem sido o primeiro a chamar a atenção para este Estado que mais do que se financiar empobrece os Portugueses à conta de tantos impostos.
Mais, sabemos que com V. Exa. podermos continuar a contar com grandes liberais na direcção do Partido (como o Eng. Pedro Sampaio Nunes), os quais – certamente - continuarão na linha da frente pelo combate a um Estado obeso que oprime.
Por último, sabemos bem que não há liberdade sem responsabilidade e, com V. Exa. no comando do CDS/PP, este será um Partido sério, credível e responsável e não um partido de vertente mais populista, defendida pelo Dr. Paulo Portas e por muitos dos seus apoiantes.
Pelo exposto, subscrevo-nos com os melhores cumprimentos, desejando-lhe a vitória no próximo dia 21/04/2007,
Diogo Duarte de Campos
Filipe Matias Santos
Discutir o Partido
Não sei se as palavras do Presidente terão sido exactamente estas, mas a ideia está, sem dúvida, a ganhar consistência no decorrer desta campanha.
Ao contrário do que diz Paulo Portas, eu sinceramente acho que este é o ponto que se deve discutir nesta tentativa de campanha.
Não tem lógica discutir o país se estamos a decidir a liderança do Partido. É por isso que numa campanha para as autárquicas se discute os municípios, nas legislativas se discute o país e nas europeias a visão comunitária.
Ora, numa campanha para a liderança do CDS, tem de se discutir as visões dos candidatos para o Partido, sendo que a melhor visão dos candidatos para o partido transforma-se em programa de governo e isso sim irá a votos em 2009.
E é precisamente por isso que Portas não quer discutir, é por isso que Portas foge para os problemas nacionais, retoma a imagem de estadista acima de qualquer quezília interna, enfim, o habitual... mas porque será? A explicação, a meu ver, é simples. Portas é um profissional da política sabe bem o que deve fazer e sabe que neste momento, para ganhar o partido, talvez tivesse de defender ideias que o poderão vir a comprometer em 2009. Este é o estilo gafanhoto de que fala o Presidente, ele sonda aquilo que as pessoas querem e depois adapta as suas ideias nesse sentido. Mas será este rumo normal? Será que vale tudo para ganhar votos? Será que o CDS quer hipotecar as suas ideias e valores com 30 de existência só para ganhar mais um voto aqui e outro acolá?
Em Portugal, para além do CDS, não existe um único partido a defender o ideal democrata cristão e a assumir-se de direita. Esta tendência é no mínimo estranha, uma vez que na avançada Europa, todos os países têm partidos com esta ideologia e, pasme-se, esses partidos ganham eleições e governam esses países. Na avançada Europa, os partidos de esquerda é que tendem a acabar, basta ver o partido comunista francês que está a dar o triste pio, e o partido comunista italiano que teve de se "reformar".
Em Portugal, ao arrepio do resto do velho continente, estamos a tentar acabar com o único partido de direita que existe. Estamos a votar se mantemos a raiz que tanto sucesso faz por esse mundo fora, ou se criamos (mais) um partido de centro-direita, que agora até quer fazer bandeiras das ideias ditas de esquerda.
E no meio de tudo isto Paulo Portas diz que não quer discutir o partido?!!??!?! Então quer discutir o quê? será que quer discutir alguma coisa? será que não quer ficar calado e tentar passar ao lado disto tudo e acordar em 2009 para a campanha? Portas está tão silencioso que nem sequer consegue dizer a equipa que tem (?) e a equipa que pretende apresentar em 2009 a eleições...
Eu Acredito no modelo actual... Eu Acredito que este modelo faz todo o sentido numa altura em querem descaracterizar as ideias em Portugal... Eu Acredito que, em 2009, é preciso um partido que marque a diferença e se destaque, não sendo apenas mais um na grande família do centro-direita... Eu Acredito que temos de fazer valer as nossas ideias e não adaptá-las apenas porque um estudo de opinião diz o contrário... Eu Acredito que isto só será possível com Ribeiro e Castro e, principalmente, com o grupo de pessoas que o acompanham e que estão ao seu lado nesta caminhada....
Tiago Pestana de Vasconcelos
P.s. e o que me dizem da ideia peregrina dos círculos uninominais para a eleição de delegados ao congresso?? vai ser giro quando, na próxima reforma do estado, o PSD e o PS atirarem com esta medida à cara do CDS...
terça-feira, 17 de abril de 2007
Portas e o ambiente
O ambiente e a cultura não são monopólio da esquerda e, portanto, o CDS tem de se abrir ao tratamento destas questões.
Mas, curiosamente, a acutilância da afirmação do ex líder do partido concitou-me algumas dúvidas:
1º Se o partido se tem de tornar cosmopolita e Ribeiro e Castro apenas está à frente dos seus destinos há dois anos, quer isto dizer que Portas confessa – implicitamente – não ter sabido gerir em termos políticos o mesmo durante sete anos?
2º Por que razão, sendo o ambiente matéria transversal, da esquerda à direita, é que Portas e os seus aliados só se lembraram dele, por necessidade, quando Nobre Guedes foi nomeado Ministro do Ambiente?
3º Estará Portas a admitir o bom trabalho do seu concorrente já que Ribeiro e Castro introduziu a temática na agenda do partido, como se pode constatar por diversas iniciativas, incluindo os almoços do Caldas?
E motivou um pedido de esclarecimento. Já que ninguém duvida da importância do ambiente em geral, talvez fosse bom Portas explicar – a não ser que queira continuar no registo perfunctório da afirmação não consequente – que o que divide a esquerda e a direita no tema é a perspectiva com que o encaram, como, aliás, nas demais matérias. Pelo que seria útil mostrar-nos se adere a uma visão antropocêntrica, ecocêntrica ou eclética do fenómeno.
segunda-feira, 16 de abril de 2007
A Coerência Indispensável
Sendo um mestre do marketing, tem como calcanhar de Aquiles a sua coerência. Portas já foi eurocéptico e eurocalmo. Já foi “geneticamente contra o poder” e já foi Ministro, já foi quase-tudo e o seu inverso.
Creio que a percepção do eleitorado, fora das fronteiras do CDS, é de que é um populista sem remédio. Não sou eu que o afirmo, é o que se ouve nas ruas. Dessa forma, e tendo em conta que vivemos num tempo de pouca ideologia, onde o exemplo pessoal conta muito, o que tem Paulo Portas a acrescentar ao CDS?
Absolutamente nada. A sua legião de apoio reside única e exclusivamente dentro do Partido, porque a generalidade dos Portugueses já tem uma opinião formada sobre ele. E nunca há uma segunda oportunidade para deixar uma primeira impressão. Não há por onde crescer.
Ribeiro e Castro pode não ser uma fera mediática, mas tem a coerência indispensável para ser o líder da Direita Portuguesa. Uma pessoa de irrepreensível percurso, pessoal, profissional e politico, com princípios à prova de bala.
Recuso a ideia de que este é um confronto ideológico.
Não consigo encontrar diferenças substanciais entre os dois programas que justifiquem a teoria do choque ideológico. Trata-se de um confronto entre duas formas de fazer politica: o confronto entre o culto da personalidade de uma direita populista, e a coerência de uma Direita de valores, de princípios, da promoção de todos.
Não podemos esquecer o estado anacrónico em que Portas pretendia deixar o CDS, não tivesse Ribeiro e Castro surpreendido Telmo Correia. Pretendia deixar o Partido naquilo a que seria o verdadeiro impasse, dando o tempo necessário a Portas para reconstruir o seu mito.
Portas pretendia um partido no nevoeiro, à espera de Dom Sebastião. Não conseguindo o nevoeiro, armou o seu grupo, e o fumo dos tiros de canhão por eles disparados serviu-lhe para encenar um regresso mais ou menos atabalhoado.
Perante um ataque ao Partido, os militantes saberão de que lado estar.
Do único lado coerente. Ao lado de Ribeiro e Castro.
Eu acredito.
Hugo Abreu
domingo, 15 de abril de 2007
Pequenas grandes diferenças
E, pese embora o nome de um site de candidatura seja apenas isso mesmo, a verdade é que pode dizer muito.
Para além do que aqui já foi notado, não deixa de ser sintomático que o site de Ribeiro e Castro se chame “CDS2009”, enquanto o de Paulo Portas seja apenas isso “pauloportas”.
E a verdade é que em política não há coincidências!
DDC
Dois estilos, duas essências
E, segundo testemunhos dos jornais, a campanha está ao rubro. Como não podia deixar de ser as duas candidaturas lançam mão dos diversos canais de comunicação que têm ao seu dispor. Entre os quais está, a fazer jus aos novos tempos, a Internet.
Emergem dois sites. Onde os concorrentes e seus apoiantes dão a conhecer o que podem oferecer ao partido. Onde cada um espelha o seu modo de fazer política e projecta o seu verdadeiro eu.
De um lado, uma página rica, em constante actualização, onde convergem diversos contributos, num espírito de equipa.
Do outro, um site vazio, paupérrimo, esteticamente bem concebido, mas onde nada se colhe, excepto a imagem fabricada do suposto líder que, isolado, se sobrepõe ao próprio partido.
De um lado, o verde da esperança contagiante, dirigido a todos os que acreditam.
Do outro, o azul desmaiado de quem olha para o partido para dele sugar tudo e nada oferecer.
Eu acredito! Eu voto Ribeiro e Castro!
Vitória de Portas significaria triplo erro!
Um erro para o partido, porque os derrotados de 2005 não serão vencedores em 2009.
Um erro para o espaço à direita do PS, porque jamais Paulo Portas conseguirá seduzir o eleitorado potencial e de crescimento do CDS, que sempre hostilizou.
Se ganhasse, Portas conduziria o partido exactamente da mesma forma como o conduziu durante sete anos: perdendo votos, deputados - europeus e nacionais -, autarcas e eleitores.
Confesso-lhe que só ainda não percebi que revisão de valores apregoa Portas para o CDS. Ele, que tanto gosta de usar a expressão da "meridiana clareza"!"
sábado, 14 de abril de 2007
O vazio do portismo!
Mas, já seria bom que o militante que pretende contribuir com as suas opiniões para a definição do quadro axiológico e estratégico desse mesmo partido pudesse garantir, na transmissão da informação, algum rigor ou, pelo menos, evitar alguns erros de palmatória.
Vem isto a propósito de certas afirmações que, pretendendo contestar a democracia-cristã, têm sido difundidas entre os arautos jovens do portismo.
Sem tempo para grandes explicações, sublinho apenas, para esclarecimento geral, que o personalismo ético não se confunde com uma visão católica do mundo. E que a democracia-cristã não implica a recondução da polis ao fundamento teológico.
Será que é isto que o portismo nos oferece? A imagem apelativa sem o mínimo de sustentação? O partido sexy a resvalar para a beleza fútil? A pós-modernidade vazia, niilista, onde se admite tudo e o seu contrário, que o documento de orientação política do ex líder protagoniza? O grupo de cultores do chefe que verdadeiramente não sabem porque o defendem?
Ou um laicismo radical e primário que, não só contende com as bases fundacionais do partido – não porque não se saiba que se deve dar a Deus o que é de Deus e a César o que é de César, mas porque só o autismo nos pode levar a negar a herança judaico-cristã que informa a nossa civilização e a desarreigar o homem de todo o fundamento suprapositivo e o CDS sempre se afastou, e bem, do ficcionismo de base racionalista que soprou com ventos revolucionários gauleses –, como de tão primário se escuda em aleivosias como aquela que afirma que o casamento foi inventado no século XV para tirar dinheiro aos fiéis?
Fiquem sabendo, meus caros, que o casamento já o era antes de ter sido sacramentado, ou seja, já existia como instituição dos homens, antes de ter sido chancelado pela mão de Deus.
É contra a imagem em detrimento da ideia, é contra o mediatismo em detrimento da seriedade, que todos devemos votar Ribeiro e Castro.
Eu acredito!
A caminho de sítio nenhum?
Para tanto, alerta-nos o antigo presidente do CDS que este se tem de apresentar como um partido moderado, aberto a uma sociedade pós-ideológica. Abraça-se o politicamente correcto, cultiva-se o relativismo axiológico, inverte-se a relação entre os ideais e o eleitorado, abre-se espaço ao procedimentalismo niilista.
Não interessa encontrar meios para defender os nossos valores, importa, outrossim, ir forjando ad hoc políticas que melhor sirvam ao figurino da moda.
Confesso não entender a eficácia desta visão das coisas. Se há anátema que recai actualmente sobre o ex líder do partido é o espírito camaleónico que sempre o caracterizou. Descredibilizou-se paulatinamente, tantas foram as cambalhotas efectuadas ao longo da intervenção pública. Dotado de um espírito lúcido, como pode, em consciência, Paulo Portas acreditar que promover mudanças, contrariar constantemente aquilo por que nos batemos, ajuda a conquistar eleitorado? Ainda que alicerçado no postulado da memória curta do povo, melhor faria se percebesse que este está cansado da incongruência, da inconstância, da falta de honestidade intelectual que povoa os aparelhos partidários.
Mas confesso ainda que me arrepia a lógica. Arrepia-me por lembrar a ideia dos consensos obtidos a posteriori, tão ao estilo de uma ética da comunicação que facilmente resvala para a pós-metafísica e a pós-secularidade, com a consequente imposição do laicismo radical, de que falam os críticos de Habermas.
Arrepia-me por perceber, interpretando o seu discurso, que para Paulo Portas o personalismo ético é apenas um pano de fundo, embelezador do discurso quando aproveitável, em vez de ser o fundamento que tudo contagia e informa.
Não advogamos o autismo obnubilador da realidade. Sabemos, tal como aquele que esteve à frente do nosso partido durante sete anos, que a dimensão axiológica há-de ter de ser complementada por uma visão prática e por uma dose de realismo próprio da arte governativa. Admitimos, mesmo, que um político que se queira ver mergulhado no arco da governalibilidade não se pode despir de uma intencionalidade estratégica, funcional, finalisticamente determinada. Mas rejeitamos liminarmente a máxima “a realidade tudo comanda”.
Paulo Portas, na sua última versão, pretende transformar o CDS num íman neutral de atracção dos que, por tradição, votam PSD.
E nada disto seria grave se não fosse o nosso país a estar em causa. Mas é. Um país cansado da falta de referentes, um país inundado pela tecnocracia reinante, um pais perdido pela falta de um projecto, um país órfão de todos os valores e princípios que constituem a sua base de sustentação.
Consumido pela voragem da pós-modernidade, Paulo Portas não se apercebeu que o personalismo ético, não só não passou de moda, como constitui o pilar fundacional do Estado de Direito em que nos inserimos. Consumido pelo desejo há longo tempo perceptível de regresso ao poder, Paulo Portas não se apercebeu que é por os políticos o contrariarem que a injustiça impera, que os problemas se galvanizam.
É por isso que voto Ribeiro e Castro. Porque, no confronto, o último representa hoje um dique de afirmação dos valores, da credibilidade, da autenticidade. Porque, num mundo à deriva, Ribeiro e Castro permite manter a esperança de que não seremos mais um entre os outros.
Eu acredito!
quinta-feira, 12 de abril de 2007
Ser CDS/PP
Ao contrário do que alguns fazem crer, não é verdade que o CDS/PP tenha mudado constantemente de trajectória ou de percurso. Sofreu evoluções, é certo, ora deu mais importância a um discurso liberal com Lucas Pires, ora aprofundou a sua praxis democrata-cristã e conservadora, com Adriano Moreira.
Porém, a verdade é que o CDS/PP é o mais coerente dos Partidos à direita do PS. Nós nunca fomos a favor de nacionalizações; nós nunca fomos favoráveis a um Estado que se multiplica e que mais se assemelha a um polvo; nós nunca tivemos dúvidas sobre o aborto; nós nunca quisemos fazer parte da Internacional Socialista. Nós não temos nada que ver com centrão que nos tem desgovernado.
Esta tem sido a marca do CDS/PP. Este tem sido o refúgio de uma minoria que quer ser maioria, mas que não transige. Este tem sido o porto daqueles que acham que é possível a existência de políticas alternativas, com vista a uma alternativa política que derrote a mera alternância entre a lima e o limão do centrão.
Ora, assim sendo – como efectivamente é – tudo o que o CDS/PP não precisa é de se transformar num outro PSD. Por isso encaro com profunda desconfiança a ideia do Partido de centro-direita. Não pelo partido em si, mas por Portugal. O que Portugal precisa é de quebrar os espartilhos do centrão e não de mais centrão. O que Portugal precisa é de uma alternativa e não de mais alternância. O que Portugal precisa é de um CDS/PP que não tenha medo nem vergonha de o ser.
E como Portugal precisa desse CDS/PP, este precisa de Ribeiro e Castro. O CDS/PP precisa de Ribeiro e Castro porque este faz a síntese das direitas em Portugal. O CDS/PP precisa de Ribeiro e Castro porque este conseguiu abrir o partido a novos discursos (v.g. o nuclear e as preocupações ambientais, o cheque ensino, a defesa do centro de negócios do Funchal, a fiscalidade, o peso do Estado na economia, a definição do papel e funções do Estado). O CDS/PP precisa de Ribeiro e Castro porque este conseguiu abrir o partido a mais e novos quadros.
Ribeiro e Castro perdeu, é certo, a primeira batalha, mas demonstrou que era um General, não transigindo quando lhe propõem atalhos, antes impondo o respeito pelas regras próprias do Partido. Perdeu a primeira batalha em nome dos militantes de base. Estou certo que serão esses mesmos militantes de base, em nome dos quais Ribeiro e Castro combateu, que lhe darão a mais importante das vitórias. A vitória da substância. A vitória que permitirá a construção de uma alternativa política. Eu contribuirei com o meu voto para essa vitória.
quarta-feira, 11 de abril de 2007
Marca CDS
Mas quem já trabalhou nesta área também sabe como é fácil e rápida a destruição da boa imagem de uma marca. Como basta um desvio daquilo que é entendido como aceitável, como comportável, pela significação ínsita nessa marca para que esta perca a força que a caracterizava.
O risco do seu uso inapropriado é, precisamente, o de desvirtuar aquilo que se lhe associa. De banalizar, de trivializar ou de negar o que ela acompanha. De fazer cessar o elemento diferenciador e de transformar numa amálgama de mensagens nem sempre coerentes, nem sempre proveitosas, o que dantes fora uma frutífera afirmação de identidade.
Com os partidos políticos passa-se exactamente o mesmo. A mera exibição dos seus símbolos implica noções e significações que o público apreendeu há muito. A sua identidade contém acepções, referências e imagens que perduram para além das lideranças, que vão muito para lá do circunstancial. E ainda bem.
A marca CDS é uma dessas. Uma das quatro marcas fundadoras da democracia portuguesa. Impressa de forma indelével no código genético da III República em que vivemos.
Sem ela, o país seria, seguramente, mais desequilibrado para a esquerda. Sem ela, a adopção pelo Portugal pós-revolucionário de uma constituição de tom e pendor marxizante teria sido facto indisputado. Sem ela, a luta pela liberdade individual, pelos mais elementares direitos da personalidade, pela propriedade e iniciativa privadas teria sido mais difícil, senão impossível. Sem ela, o centrão ter-se-ia instalado de modo inapelável, revisitando o rotativismo novecentista de má memória e frustrando todos aqueles que, à direita do centro, não tivessem desistido de pensar.
Apesar das múltiplas oscilações, retrocessos e bifurcações do seu caminho, a marca CDS é identificável. Reconhecível. Apreensível por todos os que com ela se cruzam.
Adriano Moreira alertou há pouco tempo, como o fez já tantas vezes, para o risco que o CDS corre em alienar o “eixo da roda”, o núcleo de valores e princípios que são perfilhados, identificados e identificáveis com o partido. Recordou que é a constância destes valores e princípios que permite ao CDS percorrer todos os percursos. São eles que lhe concedem a possibilidade de uma abordagem simultaneamente estruturada e versátil a todos os escolhos e dificuldades da sua viagem. E que he conferem a autenticidade que os outros respeitam e reconhecem.
Em Abril de 2005, um CDS derrotado, exangue, falido e abandonado deu um passo nesse sentido. Rejeitou permanecer na senda do “nego amanhã o que defendi hoje” e optou por regressar a esse eixo. À matriz fundadora. À marca credível. Segura. Séria. Coerente. Fiável. E os resultados estão à vista de todos. Mesmo daqueles que recusam ver.
Há quem prefira trocar o caminho da reconstrução interna, da capacidade de proposta e da segurança doutrinária pela tradução em calão de slogans alheios. Quem escolha desdizer-se uma vez mais. Quem decida que o poder pelo poder passou a ser o objectivo. E a usar a marca CDS nesse projecto de ambição nua e crua. E, muito provavelmente, a acabar com ela.
Para isso basta que vingue a ofensiva fora-da-lei de Paulo Portas reloaded. Esta, como todas as suas anteriores encarnações, teima em tropeçar nas antecedentes. E a não bater certo.
Pela minha parte, tenho demasiado respeito por quem fundou, defendeu e construiu este partido para permitir que a sua marca, a sua identidade, seja adulterada ao ponto de se negar e de já não significar o que quer que seja. Vale a pena lutar contra isto. Pelo CDS e, sobretudo, por Portugal.
Eu acredito!
JV
domingo, 8 de abril de 2007
A visão duma Jovem de Direita
sábado, 7 de abril de 2007
O que realmente interessa.
Esta tem sido uma campanha triste. Não surpreende.
Dos dois lados, muitos excessos se têm cometido. Não sou isento, e obviamente acredito que os excessos começaram claramente de um dos lados. Pena que nem sempre tenhamos mantido a cabeça fria, e a inteligência e frieza necessárias para resistir à tentação de pagar na mesma moeda.
Independentemente das proporções de culpa, estamos todos a esquecer o essencial. O essencial é o CDS-Partido Popular, o essencial é Portugal. Esta disputa é essencial porque queremos servir o CDS, e queremos pôr o CDS ao serviço de Portugal.
Tudo o que subverta, ou comprometa, esta hierarquia, deve ser imediatamente abandonado, para bem de todos. De que serve liderar o CDS, se pelo caminho perdemos o respeito do eleitorado? Que credibilidade tem alguém que diz querer servir Portugal mas que se serve do Partido?
Que futuro tem um Partido vazio? Que futuro tem um Partido que se diz defensor dos valores, mas que proporciona dos mais degradantes espectáculos da politica Portuguesa dos últimos tempos?
Por isso é que, apesar de considerar excelente a plataforma politica e ideológica do Dr. Paulo Portas (coincidência, ou talvez não, é quase um resumo do trabalho feito pelo Dr. Ribeiro e Castro), não lhe posso dar o meu apoio. Não posso apoiar quem não olha a meios para atingir os fins.
Apelo, contudo, ao respeito de ambas as partes. Seja qual for o resultado, temos que pensar no “day-after”, e ter em mente que os militantes do CDS sabem o que fazem, e que apenas nos cabe respeitar a sua vontade.
Aconteça o que acontecer, estamos todos no mesmo barco. Convém parar para pensar, sob o risco de o próximo Almirante herdar um submarino.
Hugo Abreu
sexta-feira, 6 de abril de 2007
quinta-feira, 5 de abril de 2007
Declaração do Dr. Paulo Portas
segunda-feira, 2 de abril de 2007
Ganhar a todo o custo
"A proposta defendida pela direcção do CDS/PP para António Lobo Xavier supervisionar o processo eleitoral das "directas" (em Abril) e do próximo congresso (em Maio) esbarrou no "não" de Paulo Portas, que rejeitou o nome de Manuel Queiró, indicado pelo antigo deputado."
in: Público