sábado, 31 de março de 2007

Agarrado ao PODER, ou ao DEVER?

Muitos têm dito que o Dr. Ribeiro e Castro está agarrado ao poder e com medo de o perder.
Tal afirmação não passa dum puro absurdo, e insere-se numa estratégia pré-definida para o desgaste da imagem da actual direcção.
Ora então expliquem-me lá os apoiantes do Dr. Portas, quem é que de facto está agarrado ao poder (€€€€)??
Será o Presidente do CDS-PP e apenas 1 deputado da AR, ou talvez,

11 deputados, cada um com um ordenado superior a € 3.000,00 por mês!?

Quem é que tem medo de perder o PODER? Será um Presidente "completamente livre, completamente solto", que por inúmeras vezes já colocou o lugar à disposição, ou será antes um grupo Parlamentar completamente preso, completamente agarrado (que foi tudo menos fiel ao seu líder)?

Todos no CDS sabem que o "poder" não se encontra na direcção do partido ou Comissão Executiva (como lhe preferirem chamar), mas no Grupo Parlamentar. Só que não convém que certas verdades sejam ditas. Pois eu digo-as!

O Dr. José Duarte de Almeida Ribeiro e Castro está é mesmo agarrado ao dever! Dever de servir aqueles por quem foi eleito. Servir o CDS, servir os Portugueses, servir Portugal.

Miguel Valentim

sexta-feira, 30 de março de 2007

Porque Será?

"...Mergulhado numa crise interna, o CDS, que em Fevereiro tinha registado pela primeira vez uma queda nas intenções de voto, após meses de constante subida, voltou a recuperar e subiu um ponto percentual, para os 6%..."

"...Ribeiro e Castro também registou uma recuperação..."

Tiago Pestana de Vasconcelos

quarta-feira, 28 de março de 2007

Comentários Risíveis

Telmo Correia declarou hoje:

«Se há um responsável [pela desfiliação de Nogueira Pinto], esse responsável é o dr. José Ribeiro e Castro (...)»

"Telmo Correia recusou ter sido uma das vozes hostis à ex-presidente do Conselho Nacional (...)"

E eu que julgava ter ouvido o Dr. Telmo Correia, em Óbidos, ameaçar a apresentação de uma Moção de Censura à Mesa do Conselho Nacional...

Fonte: Diário Digital

Lamento...

Lamento profundamente a saída da Drª. Maria José Nogueira Pinto do nosso partido. É um sintoma inequívoco de que algo vai mal cá dentro desde o Conselho Nacional de Óbidos, e é, ao mesmo tempo, um apelo forte para os que ficam para que lutem pela dignidade e legalidade de um partido com história e que faz muita falta a Portugal.
Obrigado por tudo o que nos deu durante estes 10 anos Drª. Maria José Nogueira Pinto.
Hoje perdeu o CDS, hoje todos somos perdedores.
João Salviano

domingo, 25 de março de 2007

Pergunta, Resposta II

Diz o Nuno Morgado, sob o sugestivo título "Quem está mal..."
"E pesando certas coisas, não será preciso um grande esforço intelectual para perceber que, se subsistem pessoas que querem permanecer dentro do partido, depois da vitória do dr Portas, para criar instabilidade e impedir o crescimento do partido, façam favor, pois "a porta da rua..."
Deve ser o que os apoiantes de Paulo Portas entendem por uma candidatura para unificar e pacificar o partido...

Já agora, onde estava esse espírito durante os dois anos de instabilidade criados pelo Grupo Parlamentar?

Ja agora, acha que é mandando as pessoas para outros partidos que o CDS/PP vai crescer?

De facto, não é preciso grande esforço intelectual para perceber que há uma metade que não aceita a diferença.

DDC

Pergunta, Resposta

Pergunta o Carlos onde estava Ribeiro e Castro.

Resposta: A fazer o que lhe compete:
"Ribeiro e Castro quer "nacionalizar o debate europeu"
25.03.2007, Sofia Branco
António Vitorino participou na convenção europeia do CDS-PP e sublinhou que cabe aos governos nacionais aproximarem os cidadãos das decisões europeias
a Reconhecendo que o CDS-PP expressou, ao longo da sua história, "sentimentos contraditórios" em relação à integração europeia, Ribeiro e Castro afirmou o empenho do partido em contribuir para construir "uma Europa mais virada para os cidadãos".No final da convenção europeia do CDS-PP, que ontem decorreu em Lisboa, o líder do partido apresentou os três compromissos dos democratas--cristãos para o projecto da construção europeia. "Nacionalizar o debate europeu" é o primeiro, possibilitando "trazer o debate europeu para junto dos cidadãos".Ribeiro e Castro realçou que é "favorável a uma reforma institucional que vise melhorar o funcionamento da máquina comunitária", mas alertou para "mudanças repentinas e drásticas". E defendeu que um "necessário novo tratado" europeu deverá passar por uma nova conferência intergovernamental.Aos jornalistas, recordaria que o CDS preveniu "para os riscos do tratado" europeu e sublinhou os "perigos do avancismo", dos que se preocuparam em ver "à distância" sem repararem nos "obstáculos" que tinham à frente. Outro compromisso do partido passa, afirmou o líder centrista, por "cruzar cada vez melhor a construção europeia com o aprofundamento das relações com toda a comunidade lusófona".Finalmente, "a defesa e a afirmação" do mercado europeu são "o desafio primordial". Por isso, o CDS acompanha com "preocupação" o processo do Quadro de Referência Estratégico Nacional 2007/2013, sublinhando que "os fundos comunitários constituem um instrumento indispensável para a melhoria estrutural" da economia e sociedade portuguesas.Aproximar os cidadãosO CDS-PP convidou uma série de peritos, de vários quadrantes políticos, para debaterem a actual situação da Europa. Num dos painéis da convenção, o socialista e ex-comissário europeu António Vitorino sublinhou que cabe aos poderes nacionais aproximarem os cidadãos das decisões europeias. E criticou a "teoria do bode expiatório": ao mesmo tempo que culpam a União Europeia pelos males do país, os decisores nacionais apelam ao voto no referendo ao tratado europeu. "O que esperam, que as pessoas tenham alguma simpatia pelos carrascos?", ironizou.Referindo que o alheamento dos cidadãos não é exclusivo de Portugal, apelou a um maior empenho das elites. "O projecto europeu é um projecto de elites", vincou, lamentando que "as duas grandes famílias na origem desse projecto [social-democracia e democracia--cristã] mostrem algum desinvestimento na construção europeia". Porém, "o núcleo pró-europeu [nas duas correntes políticas] é hoje menos consistente", avaliou, concluindo que o "problema de liderança não se resolve com nenhum tratado, seja ele constitucional ou não".Não sendo "um fã de referendos", Vitorino admitiu que o futuro tratado europeu seja objecto de consultas populares ao nível nacional, mas considerou "aterradora" a ideia de um referendo europeu. Ribeiro e Castro recusou ontem comentar a anunciada saída de Maria José Nogueira Pinto, que admitiu abandonar o partido independentemente da futura liderança. Sobre a crise interna do CDS-PP, o líder remeteu-se ao silêncio. "Um partido responsável pensa nos problemas que preocupam os portugueses e o país", limitou-se a dizer, à margem da convenção europeia do partido. Nogueira Pinto afirmou ontem, em entrevista à Antena 1, que a sua saída do CDS "não é uma questão de vitória ou não vitória do dr. Portas ou do dr. Ribeiro e Castro, directas ou não directas, congresso ou não congresso". "Penso que o partido está à beira de uma desestruturação", disse. Simultaneamente, reiterou ter sido agredida pelo deputado Hélder Amaral, no conselho nacional de Óbidos. Entretanto, e segundo a Lusa, os dirigentes Luís Queiró e Orísia Roque encabeçam a lista de testemunhas a favor de Amaral no processo por difamação que este moveu contra Nogueira Pinto. S.B.
"

DDC

sábado, 24 de março de 2007

Ler os outros


O regresso do imã oculto
23.03.2007, José Miguel Júdice
O "não-regresso" de Paulo Portas era elemento essencial do personagem
Oque se passou no passado fim-de-semana no CDS, apesar de já analisado com detalhe (realço o editorial de José Manuel Fernandes, na passada terça-feira, que corresponde rigorosamente ao que penso), merece, em minha opinião, ser objecto de outras reflexões. É o que vou passar a tentar fazer.Antes do mais para realçar o erro estratégico de Paulo Portas. O tacticismo jornalístico, de que nunca se conseguiu libertar, fê-lo saltar cedo de mais para a arena. Há vários meses chamei-lhe "imã oculto", usando o exemplo da religião xiita para ilustrar o seu dilema. Para mim era evidente que o "povo do CDS" ansiava por Portas. Mas o seu "não-regresso" era elemento essencial do personagem. No dia em que chegasse, numa manhã de nevoeiro ou não, parte do fascínio esfumar-se-ia e cedo ou tarde se descobriria que não tem as condições para a sua ambição.Mas ele podia não conseguir resistir à tentação de se historicizar. Seria, sem dúvida, um pecado. Ainda que bem típico dos humanos e traço agradável da sua personalidade. Só que então deveria ser capaz de esperar pelo esgotamento do ciclo Ribeiro e Castro. E para isso deveria ter controlado as suas tropas. É sabido que a qualidade dos chefes militares se mede muito mais pela capacidade de conseguir fazer os exércitos aguardar do que pelo "heroísmo" de os lançar à desfilada contra canhões. Em vez de liderar, deixou-se comandar, anteviu uma crise imediata no PSD (o que é menosprezar Marques Mendes...), temeu quiçá que um dos seus dilectos apoiantes saltasse sozinho, avançou com todo o apanágio de uma operação de marketing político, conseguiu despertar entusiasmo nas hostes, percebeu que ganharia, mas foi traído por aquilo que faz dele um notável jornalista, um forte agitador, mas um sofrível político e um fraco governante: a precipitação, a reacção demasiado pronta, o excesso, a convicção de ser iluminado, a arrogância, o gosto da boutade e do calembour, a auto-suficiência, a alma adolescente.O que se viu em Óbidos foi uma vergonha e deixou todos feridos, sabe-se lá se de morte. Paulo Portas já dificilmente resistia às declarações televisivas que fez sobre a hipótese de um dia ter a loucura de aceitar ser ministro. Tinha a credibilidade afectada pela insólita opção de, mudando apenas de roupa, passar de director do Canard Enchaîné a ministro da Defesa. Creio que não resistirá à projecção da imagem do engravatado homem de Estado com fato às riscas e com o tal lencinho no bolsinho do casaco a anunciar que desceu à terra para salvar o CDS, a direita e o país, em simultâneo com a imagem do adolescente de camisa aberta pelo peito abaixo a capitanear um bando de "condottieri" que - se fossem mais bonitos - pareceriam saídos da cena da entrada no baile no Leopardo, o inesquecível filme de Visconti.Mas, pelo outro lado, também o grupo oposto sai muito ferido desta cena de ajuste de contas que Scorsese gostaria de ter filmado. As coisas são o que são. Apesar das suas qualidades humanas, existe no CDS a sensação de que Ribeiro e Castro nunca conseguirá ganhar coisa nenhuma e que é uma carta descartável no baralho da política à portuguesa. Por mais argumentos jurídicos que possa esgrimir (e não duvido que são fortes), o certo é que uma clara maioria do principal órgão político do CDS não o quer a liderar o partido. Porque até o CDS se está nas tintas para princípios, valores e ideias, apenas salivando por tachitos e sinecuras governamentais.E o que se viu nas televisões (e que permite imaginar o que se não viu) demonstra que não há conciliação possível entre os dois bandos em que se dividiu o partido exíguo (para usar uma frase querida a Adriano Moreira) que já era o CDS. Maria José Nogueira Pinto - com o franc parler que é a sua imagem de marca - já o disse: se Portas ganhar, sai do CDS. E Portas deve dizer o mesmo, se tiver a coragem de estar à altura da sua ambição, para a situação oposta. Eu sei, claro, que se costuma dizer que o mundo se divide entre amigos, inimigos e membros do mesmo partido. Mas essa frase quer significar que os membros do mesmo partido estão a meio caminho entre os amigos e os inimigos; não pode significar que os membros do mesmo partido sejam mais inimigos dos que os piores inimigos.O que me provoca uma segunda reflexão. Esta trapalhada do CDS, espécie de happening que junta drama e comédia, é quase inevitável quando se confrontam políticos nos nossos partidos, onde não germina uma ideia, não floresce uma estratégia, não se pode colher uma visão do país. Mais cedo ou mais tarde vai acontecer o mesmo ao PSD. E no PS, quando Sócrates deixar de mandar com mão de ferro, iremos por certo a assistir a coisas semelhantes.O folhetim da Universidade Independente é, ao pé disto, uma história para crianças. E isso é que devia fazer pensar a nossa classe política e os que se preocupam com Portugal. Os partidos estão a dar cabo do regime democrático e não temos nada preparado para os substituir. Quase apetece pedir que, para evitar que entrem em liquidação, façam o que habitualmente devem fazer as empresas em dificuldades - entregar a gestão a um gestor externo que ponha ordem na casa, para que a seguir os accionistas possam voltar a receber a empresa em condições de sobreviver. A menos que queiram que o Estado tenha de os nacionalizar.Um terceira reflexão, a despropósito talvez. O défice do Estado foi em 2006 de 3,9 por cento, em vez dos 4,7 por cento que a União Europeia aceitava. Nenhum dos partidos da oposição deve ter reparado, entretidos que andam a olhar para o umbigo. Mas os portugueses agradecem, sobretudo os que com o seu esforço e perda ou redução de direitos contribuíram para este resultado.
Advogado
DDC

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O regresso do imã oculto
23.03.2007, José Miguel Júdice
O "não-regresso" de Paulo Portas era elemento essencial do personagem
Oque se passou no passado fim-de-semana no CDS, apesar de já analisado com detalhe (realço o editorial de José Manuel Fernandes, na passada terça-feira, que corresponde rigorosamente ao que penso), merece, em minha opinião, ser objecto de outras reflexões. É o que vou passar a tentar fazer.Antes do mais para realçar o erro estratégico de Paulo Portas. O tacticismo jornalístico, de que nunca se conseguiu libertar, fê-lo saltar cedo de mais para a arena. Há vários meses chamei-lhe "imã oculto", usando o exemplo da religião xiita para ilustrar o seu dilema. Para mim era evidente que o "povo do CDS" ansiava por Portas. Mas o seu "não-regresso" era elemento essencial do personagem. No dia em que chegasse, numa manhã de nevoeiro ou não, parte do fascínio esfumar-se-ia e cedo ou tarde se descobriria que não tem as condições para a sua ambição.Mas ele podia não conseguir resistir à tentação de se historicizar. Seria, sem dúvida, um pecado. Ainda que bem típico dos humanos e traço agradável da sua personalidade. Só que então deveria ser capaz de esperar pelo esgotamento do ciclo Ribeiro e Castro. E para isso deveria ter controlado as suas tropas. É sabido que a qualidade dos chefes militares se mede muito mais pela capacidade de conseguir fazer os exércitos aguardar do que pelo "heroísmo" de os lançar à desfilada contra canhões. Em vez de liderar, deixou-se comandar, anteviu uma crise imediata no PSD (o que é menosprezar Marques Mendes...), temeu quiçá que um dos seus dilectos apoiantes saltasse sozinho, avançou com todo o apanágio de uma operação de marketing político, conseguiu despertar entusiasmo nas hostes, percebeu que ganharia, mas foi traído por aquilo que faz dele um notável jornalista, um forte agitador, mas um sofrível político e um fraco governante: a precipitação, a reacção demasiado pronta, o excesso, a convicção de ser iluminado, a arrogância, o gosto da boutade e do calembour, a auto-suficiência, a alma adolescente.O que se viu em Óbidos foi uma vergonha e deixou todos feridos, sabe-se lá se de morte. Paulo Portas já dificilmente resistia às declarações televisivas que fez sobre a hipótese de um dia ter a loucura de aceitar ser ministro. Tinha a credibilidade afectada pela insólita opção de, mudando apenas de roupa, passar de director do Canard Enchaîné a ministro da Defesa. Creio que não resistirá à projecção da imagem do engravatado homem de Estado com fato às riscas e com o tal lencinho no bolsinho do casaco a anunciar que desceu à terra para salvar o CDS, a direita e o país, em simultâneo com a imagem do adolescente de camisa aberta pelo peito abaixo a capitanear um bando de "condottieri" que - se fossem mais bonitos - pareceriam saídos da cena da entrada no baile no Leopardo, o inesquecível filme de Visconti.Mas, pelo outro lado, também o grupo oposto sai muito ferido desta cena de ajuste de contas que Scorsese gostaria de ter filmado. As coisas são o que são. Apesar das suas qualidades humanas, existe no CDS a sensação de que Ribeiro e Castro nunca conseguirá ganhar coisa nenhuma e que é uma carta descartável no baralho da política à portuguesa. Por mais argumentos jurídicos que possa esgrimir (e não duvido que são fortes), o certo é que uma clara maioria do principal órgão político do CDS não o quer a liderar o partido. Porque até o CDS se está nas tintas para princípios, valores e ideias, apenas salivando por tachitos e sinecuras governamentais.E o que se viu nas televisões (e que permite imaginar o que se não viu) demonstra que não há conciliação possível entre os dois bandos em que se dividiu o partido exíguo (para usar uma frase querida a Adriano Moreira) que já era o CDS. Maria José Nogueira Pinto - com o franc parler que é a sua imagem de marca - já o disse: se Portas ganhar, sai do CDS. E Portas deve dizer o mesmo, se tiver a coragem de estar à altura da sua ambição, para a situação oposta. Eu sei, claro, que se costuma dizer que o mundo se divide entre amigos, inimigos e membros do mesmo partido. Mas essa frase quer significar que os membros do mesmo partido estão a meio caminho entre os amigos e os inimigos; não pode significar que os membros do mesmo partido sejam mais inimigos dos que os piores inimigos.O que me provoca uma segunda reflexão. Esta trapalhada do CDS, espécie de happening que junta drama e comédia, é quase inevitável quando se confrontam políticos nos nossos partidos, onde não germina uma ideia, não floresce uma estratégia, não se pode colher uma visão do país. Mais cedo ou mais tarde vai acontecer o mesmo ao PSD. E no PS, quando Sócrates deixar de mandar com mão de ferro, iremos por certo a assistir a coisas semelhantes.O folhetim da Universidade Independente é, ao pé disto, uma história para crianças. E isso é que devia fazer pensar a nossa classe política e os que se preocupam com Portugal. Os partidos estão a dar cabo do regime democrático e não temos nada preparado para os substituir. Quase apetece pedir que, para evitar que entrem em liquidação, façam o que habitualmente devem fazer as empresas em dificuldades - entregar a gestão a um gestor externo que ponha ordem na casa, para que a seguir os accionistas possam voltar a receber a empresa em condições de sobreviver. A menos que queiram que o Estado tenha de os nacionalizar.Um terceira reflexão, a despropósito talvez. O défice do Estado foi em 2006 de 3,9 por cento, em vez dos 4,7 por cento que a União Europeia aceitava. Nenhum dos partidos da oposição deve ter reparado, entretidos que andam a olhar para o umbigo. Mas os portugueses agradecem, sobretudo os que com o seu esforço e perda ou redução de direitos contribuíram para este resultado.
Advogado
DDC

sexta-feira, 23 de março de 2007

José Ribeiro e Castro

Quando em 1998 me tornei militante da JC não tinha ainda noção da nobreza doutrinária que este partido possui. Foi uma filiação consciente de que seria o único partido com que me identificaria em termos de valores mas nunca pensei que a sua doutrina me iria influenciar decisivamente como pessoa. De facto, encontrei no CDS valores que me espantaram pela nobreza e que, como tal, me têm influenciado desde então a fazer mais pelos outros, a ser melhor pessoa... a ser verdadeiramente democrata-cristão... Tive pela primeira vez contacto com os valores do CDS num livro que me foi oferecido pela CPN e que tinha sido escrito por... José Ribeiro e Castro.
No entanto, e de 1998 para cá a desilusão com o rumo do partido foi enorme. O CDS foi-se lentamente afastando do CDS e foi-se tornando cada vez mais PP. Perdemos câmaras, bases... mas acima de tudo perdemos os valores. Tornámo-nos num partido confuso e banal como tantos outros em Portugal.
É então que surge José Ribeiro e Castro. O verdadeiro "pacemaker" dos valores do CDS. Fez renascer os verdadeiros valores do CDS, os valores com que me identifico, os valores que Portugal precisa... e além disto, quer fazer renascer o CDS criando bases, estruturando o partido... Apesar de toda a oposição interna tem demonstrado trabalho. A sua inteligência política é inquestionável, a sua capacidade de trabalho também... é respeitado em toda a sociedade portuguesa por ser pessoa séria e honesta... Só José Ribeiro e Castro poderá fazer com que o CDS ocupe o lugar de partido líder do centro direita como merece... não me reconheço num partido centrado numa pessoa, feito para a linha de Cascais e para o Jet7 português que está condenado a ficar pelos 8%... Um partido brinquedo para que se façam birras e guerras de miúdos...
Acredito que Portugal precisa dos valores do CDS... Acredito num CDS maior que 8%... Acredito num CDS de bases e estrutura... Acredito no CDS de Adelino Amaro da Costa... Acredito num CDS de governo sem coligações... Acredito que este projecto apenas é possível com José Ribeiro e Castro.
Viva José Ribeiro e Castro! Viva o CDS! Viva Portugal!
Helder Rodrigues

O grande branqueador


(ontem na SICnotícias) GUEDES LAVA MAIS BRANCO.

A factura a pagar pelas novas gerações...

É já impossível negá-lo. A crise no CDS-PP é fracturante! Mesmo não se promovendo nenhuma cisão, estou consciente de que depois disto muito se vai alterar no partido, mas felizmente muito se vai manter igual. Só com muito trabalho se conseguiria destruir o que foi sendo erguido pelo Dr. Ribeiro e Castro ao longo deste tempo que leva no leme do partido.

O CDS-PP hoje é mais uma partido de âmbito verdadeiramente nacional, com o que isso implica. Estar presente em todo o território, estar activamente presente. Mas o CDS-PP foi a meu ver mais que isso, foi um partido que demonstrou trabalho, porque hoje é um partido que estuda os dossiers, fruto do trabalho da CPN e do Conselho Económico e Social, é um partido coerente, que afirma à Quinta-feira o mesmo que já disse à Segunda. Somos hoje um partido confiável, seja no desafio do combate pela vida, na perspectiva da construção de um Portugal visto como um todo e os portugueses como iguais, compreendo sempre as especificidades de cada um. Somos um partido onde a modernidade se discute e se pratica.

Infelizmente o modelo não é tão seguido como deveria ser por toda a estrutura. Pergunto, quantas das estruturas que agora aparecem com grande alarido a tentar gritar mais alto que apoiam um dado candidato - como que se tivessem medo que o apoio não fosse ouvido – pergunto eu, quantas dessas estruturas ouvimos nos últimos dois anos tomar posições sobre as suas regiões, sobre os seus distritos? Quantos durante este tempo, se preocuparam tanto em dizer que não havia oposição de direita no nosso país, se dirigiram aos seus concidadãos, apresentaram propostas, lançaram ideias? Quantos recorreram ao gabinete autárquico do partido? Afinal, não é para isto que serve a actividade política? Durante estes dois anos, o que fomos assistindo, com evidentes excepções, foi ao facto de se pretender estar numa dada concelhia, distrital, apenas para terem uma rampa de lançamento para sonhos maiores.

Como militante sinto também que o partido se encontra aberto ao debate. Exemplo disso é a questão europeia, questão essa que para mim não está encerrada neste partido. Já tomámos várias posições, já fizemos um referendo interno sobre o assunto, e para mim o CDS-PP não é um partido euro-calmo ou euro-céptico conforme a disposição do líder. São os militantes que têm de discutir, reflectir e dar pistas sobre o discurso ou discursos a adoptar. A história do partido não vai a reboque das conveniências dos líderes. Essa questão para mim não está encerrada, e agrada-me ver que o partido vai reflectir esse assunto com painéis de grande qualidade já amanhã em Lisboa.

Este é o exemplo de actividades que ajudam o partido a crescer. Este é também o caminho que sabemos todos que não dá notícias de abertura dos telejornais, mas é o caminho que vai permitindo consolidar uma imagem de credibilidade, seriedade, e competência.

Depois do que aconteceu em Óbidos muitos têm sido na comunicação social os profetas da desgraça que vão anunciando a morte deste partido. Convenhamos se o CDS o PP e o CDS-PP tivessem morrido tantas vezes quantas a sua morte já foi anunciada éramos o partido milagroso, tal o número de vezes que já ressuscitámos. Porém há que ter noção de que o que se passou – e ainda se vai passando – tem um custo para este partido. Sobretudo para quem pense em permanecer.

Serão as futuras gerações a ter de viver com esta factura. A questão é, estarão as futuras gerações do partido à altura do desafio de consolidar e melhorar os níveis de aceitação do partido na sociedade portuguesa, ou dito de outra forma, conseguirão os mais novos dar uma imagem tal que permita ao partido crescer? Diria que isso dependerá do estilo e da estratégia a utilizar. A verdade é que os que hoje passam a vida a lamentar a pesada herança para as novas gerações no que toca ao país, são os primeiros a dentro de casa ter atitudes menos dignas. Fazer o que apetece, ter comportamentos do género claque de futebol, desrespeitar os demais militantes do partido, assumindo que a participação na vida do partido só constitui direitos, e que não há nenhum dever, é tudo menos algo próprio de uma juventude democrata-cristã e conservadora e de todo não se compadece com uma juventude com valores.

Felizmente há mais jovens para além daqueles que sempre se fazem representar pela cota oficial, é verdade porque aqueles que tanto falam em meritocracia, em respeito conquistado e não dado, são os primeiros a requerer tratamento especial e desculpabilização em tudo. Seja para apresentar moções ao congresso – não se afirmando como candidatos, mas dizendo que saberão interpretar os resultados e fazendo campanha para que a interpretação lhes convenha - seja para se fazerem representar nos órgãos decisores do partido, mesmo sendo os primeiros a agitar as águas.

Mas há outros jovens, uma certa maioria silenciosa, que não tem direito a fazer-se representar na cota, porque também não precisa da cota para trabalhar motivadamente por um projecto, por um certo ideal de partido em que nem todos estão sempre de acordo, mas que todos podem respeitar porque todos têm direito a ser ouvidos, a ser recebidos. Esta maioria saberá responder presente quando para tal for chamada. Esta é uma juventude que sabe exactamente por onde quer ir, que tem um projecto para o futuro, mas que não renega o passado, respeitamo-lo, todo, de Freitas a Monteiro, de Adriano a Portas, todos tiveram o seu importante papel nesta casa. É com o legado deles que ficamos, e seguimos até 2009!

Tiago Antão

A golpada final...

O Conselho Nacional de Jurisdição começa a dar provas daquilo que muitos de nós temiamos, o CDS já não é um partido político, mas antes, um movimento popular de apoio ao Dr. Paulo Portas, vulgo PP.
Normalmente quando se dá um parecer jurídico, esse parecer é acompanhado de fundamentação, também ela, jurídica. Tem que haver uma sustentação nos estatutos, regras, regulamentos, leis que justifiquem essa tomada de posição, e essa sustentação é revelada no momento do anúncio da decisão para que haja transparência, legalidade, evitando potenciais conflictos e confusões de quem não esteve na sala em que tudo se decidiu.
Ora, lendo os nossos estatutos, os nossos regulamentos, e atentando para a lei geral (que neste caso é a mesma lei que regula qualquer associação), verifica-se que em caso algum a deliberação do Conselho Nacional de Jurisdição é válida, honesta ou séria. Diria mesmo que é uma deliberação feita à medida, por encomenda, e que serve interesses particulares, não os interesses do partido.
Passo a explicar o porquê desta minha afirmação (antes que almas peregrinas acenem com processos disciplinares e afins...):
- Em artigo algum dos estatutos do partido se menciona a possibilidade de realização de eleições directas;
- Antes, os estatutos são bem claros quanto ao método de eleição do líder, e demais órgãos do partido, como está expresso no artigo 37º, sobre as competências do Congresso Nacional, "g) Eleger o Presidente do Partido e os restantes membros da Comissão Política Nacional e, de entre estes, os que compõem a Comissão Executiva; ";
- Ou seja, para se alterar o método de eleição do Presidente do partido e demais órgãos é necessária uma alteração estatutária;
- Como se podem fazer alterações estatutárias no CDS? Ora, os estatutos são claros nessa matéria: ainda no mesmo artigo 37º, a alínea b) diz o seguinte: "b) Aprovar o Programa e os Estatutos do Partido, bem como eventuais alterações a estes documentos;", ou seja o Congresso Nacional é quem tem competência para tal em circunstâncias normais, porém;
- Pode o Congresso Nacional delegar essa sua competência no Conselho Nacional, órgão máximo do partido entre congressos? Sim, pode, também isso está previsto nos Estatutos: o artigo 66º, sobre a aprovação e modificação dos estatutos prevê no seu ponto 2 o seguinte: "2. O Congresso pode delegar no Conselho Nacional a sua competência para modificar os Estatutos.", o que até é o caso, só que, esquecem-se propositadamente muitos, e esquecem-se de interpretar outros, o ponto 3 desse mesmo artigo 66º, que diz: "3. A eficácia plena dos Estatutos aprovados pelo Conselho Nacional depende da sua ratificação pelo Congresso na sua primeira reunião posterior à referida aprovação. ", o que, traduzido por miúdos, dá que as alterações feitas aos estatutos em seio de Conselho Nacional só terão eficácia, só poderão entrar em vigor, depois de ratificadas pelo Congresso Nacional, e nunca antes;
- Já provei que a decisão do último Conselho Nacional carece de confirmação do Congresso Nacional para poder entrar em vigor no partido e ser utilizada como método electivo para o Presidente do partido, porém;
- Os estatutos são omissos quanto à maioria necessária para que o partido possa alterar os estatutos, pelo que, como em todas as organizações, quando existe algo omisso nos estatutos remete-se para a lei geral, neste caso o código civil obriga a uma maioria de três quartos;
- Ora no Conselho Nacional de Óbidos a proposta das directas recolheu 65% dos votos, longe dos três quartos e abaixo de dois terços, logo;
A decisão do Conselho Nacional de Jurisdição é...
...POLÍTICA! É PARCIAL! E não tem nada de jurídico!
Assim se condena um partido a ficar à margem do Estado de Direito Democrático, sem regras, sem estatutos e à mercê de maiorias circunstanciais que mais não fazem do que servir o "rei sol" Portas e sua côrte de "iluminados", ficando o CDS reduzido a um autismo sob forma PP que ganha cá dentro e perde continuamente lá fora...
Apetece dizer: fiquem lá com a bola e brinquem sózinhos que nós não somos tolinhos!

P.S. Sempre quero ver que votação tem um partido que ostraciza 1392 militantes e que ainda goza com eles. Depois vitimizem-se de que há cisões e afins... não é cisão, é desilusão mesmo!
João Salviano Carmo

Separação de poderes?

A decisão do Conselho Nacional de Juriscição é a cereja em cima do bolo, a qual vem reforçar, ainda mais, o entendimento de que estamos no PREC, bem à margem do Estado de Direito Democrático.
Com efeito, só num estado revolucionário as regras jurídicas podem ceder à vontade política.

Quer isto dizer que a Vilafrancada foi tal que o “rei absoluto” já controla os próprios “tribunais do Partido". Estes são episódios que se podiam passar num qualquer país africano mas que, infelizmente, fazem parte deste CDS.

FMS

quinta-feira, 22 de março de 2007

perguntas em tom de dúvida...

Já repararam que ainda ninguém sabe o que é que o Dr. Paulo Portas defende para além de querer criar um grande partido de centro-direita? Já alguém o ouviu explicar o que é isso para além de ser socialmente inteligente e, ao que parece, uma grande coisa que vem fazer oposição ao Eng.º Sócrates? Aliás, se é para fazer oposição ao Eng.º Sócrates porque não intervém na Assembleia da República durante os debates mensais com este?
JSC

terça-feira, 20 de março de 2007

Torto por linhas directas 2

Preferia não ter razão nenhuma a tê-la toda de forma tão tristemente evidente.

JV

O Fim…

O “Pórtismo” mostrou domingo o que vale e ao que veio.

No Conselho Nacional a Sr.ª Presidente foi sempre clara sobre o que ali estava em causa. Existe um requerimento, assinado por 1392 militantes, que convoca um congresso extraordinário electivo para o partido. Porém esse requerimento deixava em aberto uma outra solução antes de entrar em efeito: se o Conselho Nacional optasse por convocar por sua própria iniciativa um congresso estatutário, então os militantes subscritores do requerimento acatariam a decisão do Conselho Nacional, caso contrário convocariam esse Congresso extraordinário electivo.

No inicio dos trabalhos a Dr.ª Maria José Nogueira Pinto, e a mesa do Conselho Nacional, entenderam por bem pôr à votação a condição presente no requerimento, no sentido do Conselho Nacional expressar se aceitava a condição, e então os trabalhos continuariam normalmente, ou se recusava a condição (o que se veio a verificar 12 horas mais tarde!) pelo que terminaria aí o Conselho Nacional, e a Sr.ª Presidente procederia então, à convocação de um outro Conselho Nacional para convocar o Congresso requerido pelos militantes.

Ora, não se sabe bem porquê, logo houve Conselheiros Nacionais afectos ao Dr. Paulo Portas que se insurgiram quanto à possibilidade do Conselho Nacional se pronunciar quanto a essa condição, provavelmente a tentar que a Sr.ª Presidente e as Senhoras e os Senhores Conselheiros Nacionais se esquecessem desse facto inolvidável que era o requerimento dos militantes convocando um Congresso. Ou seja, com um recurso para o plenário tentaram adiar o inadiável, tentando evitar o inevitável, o CDS vai para um congresso, e apenas competia ao Conselho Nacional pronunciar-se em relação a que tipo de Congresso queria: se o congresso electivo e extraordinário, mencionado no requerimento, ou se um congresso estatutário, convocado pelo próprio Conselho Nacional.

O resultado já todos conhecemos, foi público e demonstrativo do que aí virá se o Dr. Paulo Portas levar a sua avante.

Ninguém nega que o partido quer directas, julgo que na esmagadora maioria estamos todos de acordo em relação a isso, porém no Conselho Nacional percebemos porque querem directas, uns, e porque as pedem outros.

O Dr. Ribeiro e Castro, Presidente em mandato do CDS, pediu ao Conselho Nacional que marcasse um Congresso para introduzir as directas como método electivo do Presidente do partido, e só então devia o partido proceder à eleição de um novo líder por esse novo método, já definido e consagrado nos estatutos do partido. O Dr. Paulo Portas pediu directas e já, e se dúvida houvesse percebemos agora que são directas estatutárias se forem feitas no dia em que ele quer, e se não for assim, são directas “ad-hoc” para o dia em que ele quer. Porque é que têm que ser no dia que ele quer é que ninguém entendeu até agora, e não serão certamente as eleições da Madeira que o justificam, pois em 2002 quando as eleições legislativas estavam “à porta”, bem mais importantes que as eleições regionais da Madeira (sem desrespeito pela Madeira e pelos Madeirenses), o método escolhido pelo Dr. Paulo Portas para enfrentar o Dr. Manuel Monteiro foi, curiosamente, o Congresso Nacional…

Depois do que se passou Domingo, o que está em causa claramente, já não são diferenças ideológicas, não são choques de personalidades, nem sequer se trata já de diferentes métodos para uma mesma coisa, afinal aquilo que se está a passar é a discussão sobre se o CDS como partido deve continuar a existir ou se, pelo contrário, o CDS deve cessar funções e extinguir-se, dando lugar a um PP que não é partido, mas antes, movimento popular de apoio ao Dr. Paulo Portas e seus seguidores mais próximos.

Vivemos pois, um momento de grande importância dentro do partido e que culminará numa de duas coisas: ou o fim do CDS, ou o fim do “Pórtismo” dentro do CDS, pois já é óbvio que CDS e Paulo Portas não podem coexistir.

Se o partido for para um congresso extraordinário, então caberá aos militantes darem um sinal daquilo que pretendem, e se discordarem da ideia do movimento, se discordarem dos métodos e da forma de fazer política do Dr. Paulo Portas e seus seguidores, se querem que o CDS prevaleça, então só têm que dizer presente e apoiar o Dr. Ribeiro e Castro nesta luta pela salvação do partido e pelo fim do “Pórtismo” dentro do CDS. Se por outro lado, os militantes do partido entenderem que o CDS já não tem lugar e que o melhor mesmo é o PP – Movimento de Apoio ao Dr. Paulo Portas, então só têm que apoiar este tipo de métodos e esta forma de fazer política e apoiarem o Dr. Paulo Portas e seus seguidores.

É chegada a hora da verdade! Não há desculpa possível para quem gosta do CDS, se considera militante do CDS, se afirma Democrata-Cristão e/ou Conservador. Ou luta agora com aqueles que querem salvar o partido, com aqueles que respeitam os estatutos, regras e regulamentos do partido, com aqueles que respeitam a vontade dos militantes que convocaram Congresso Extraordinário, ou se junta ao movimento em que a única regra é a maioria circunstancial, um movimento dinâmico, é certo, mas que defende à 2ª feira o caminho A, à 3ª feira o caminho B, à 4ª feira o caminho C. e que perde à 3ª feira os votos conquistados na 2ª feira, na 4ª feira os votos conquistados na 3ª feira, e por aí em diante, um movimento sem método definido de eleição do líder (basta ter maioria e pode eleger o líder por chamada de valor acrescentado, mesmo se for “ad-hoc”), um movimento de um homem e alguns amigos, um movimento sem princípios, sem valores, sem rumo, nem destino.

Uma coisa é certa, em Óbidos começou o fim do “Pórtismo”. O país já deu a entender que não volta a dar para esse “peditório”, pelo que nos resta agora decidir se salvamos o CDS ou se deixamos o CDS morrer nas mãos do Dr. Paulo Portas.




João Salviano

A Vilafrancada de Paulo Portas

Como descreve, e bem, Pedro Guerreiro, no Editorial de hoje do Jornal de Negócios, Paulo Portas Preparou uma Vilafrancada.

Como diz José Manuel Fernandes na edição do jornal Público de hoje, Paulo Portas recusou a seguir um caminho limpo, recusou a legalidade e a paciência e saiu aos ombros dos arruaceiros.

Cada um constói a credibilidade que consegue.

Filipe Santos

Coragem

Há coisas que não se declaram, praticam-se. Uma delas é a coragem. A mesma coragem que ontem vi em Maria José Nogueira Pinto. Uma coragem exercida sem recuos, sem receios, sem medos. Uma coragem cheia de dignidade e firmeza.

Pode haver e há, certamente, quem critique a Presidente do Conselho Nacional por não ter ignorado a vontade de 1400 militantes do partido que tinham convocado um Congresso.

Pode haver e há, certamente, quem critique a Presidente do CN por não ter vergado o desejo colectivo de mais de um milhar de militantes a desejos individuais.

Pode haver e há, certamente, quem entenda que a Presidente do CN devia ter desprezado regras e princípios fundamentais do partido e para o partido.

Agora, o que há e não devia haver é quem insulte e agrida a Presidente do CN pelo simples facto de não concordar com ela. Só por isso. Só mesmo por isso. Já que Maria José Nogueira Pinto não insultou, nem vilipendiou quem quer que fosse. Apenas cumpriu o seu dever e exerceu as suas competências estatutárias, o que era seu direito e obrigação.

Os democratas, quando discordam, não se refugiam no insulto e na ameaça. Os democratas, quando não vencem, não têm atitudes de pura animalidade. Os democratas, quando querem vencer, não o fazem com base na subversão das regras.

Maria José Nogueira Pinto tem um passado de grandeza profissional e política. Tem sido uma grande vereadora do CDS na Câmara de Lisboa. Uma mulher com provas dadas na defesa do nosso partido. A única líder parlamentar que a política portuguesa conheceu.

Maria José Nogueira Pinto não merecia o que, ontem, lhe foi feito em Óbidos por Paulo Portas e pelos seus seguidores. Não merecia ela, não merecia o partido. Como dirigente e, sobretudo, como militante do partido apenas lhe posso pedir desculpa, manifestar tristeza e elogiar a sua grande coragem que não é declarativa, como ontem testemunhei.
Luís Lagos

segunda-feira, 19 de março de 2007

Esta é uma encruzilhada

É possível identificar já os traços com que se esboçam as encruzilhadas decisivas que, por vezes, se deparam na vida de um partido. É esta a altura em que somos chamados a escolher o trilho que queremos percorrer. Percebeu-se ontem que não é possível conciliar, no CDS, visões tão diferentes do que deve ser um partido e de quais os métodos que podem ser usados. A expressão eleitoral do CDS não acomoda tanta diversidade. O nosso eleitorado não consente tão degradante espectáculo. Não conseguiremos nunca afirmar um projecto político de valores se não formos capazes de encontrar, dentro da nossa própria casa, a justa medida e o justo critério.
Os partidos são dos seus militantes. O CDS é nosso, de todos os militantes. De mais ninguém. Faremos dele o que quisermos. Usaremos o partido para o que quisermos. Importante é que todos tomemos consciência do que está em causa e que tomemos as decisões que se impuserem. O partido é nosso, não é de mais ninguém. É dos que concordam comigo e dos que de mim discordam. Não tenho, também a esse respeito, falsos dogmas. Nunca exigi, nem exijo agora, concordância mas também nunca prescindi, nem prescindo agora, de lealdade.
Sou forçado a defender o partido em que acredito de manobras que representam o que politicamente abomino e desprezo. É em nome da defesa do meu partido e dos valores fundacionais que a ele me levaram que pretendo dar testemunho. Em Óbidos, ao contrário do que pensariam os mais apressados, jogou-se muito mais do que uma mera liderança.
Nuno Pombo

Triste Portas este que voltou...

A Helena dos Tristes Tópicos fala-nos hoje da tristeza de ver um Paulo Portas achar que pode passar por cima de tudo e todos só porque quer ser líder do CDS-PP.

Não entres tão depressa nessa noite longa e escura
As hostes Portistas estão em polvorosa com o desfecho deste malogrado Conselho do CDS/PP. Não admitem que se tenha decidido convocar um Congresso. Não só não o admitem, como se dizem vítimas da tirania da direcção do partido. Acontece que existe, sim, um requerimento para a convocação de um Congresso, assinado pelos tais 1400 militantes,
facto que por si só obriga automaticamente à convocação do mesmo, queira ou não queira a tropa de Portas. Os estatutos prevêm esta situação de uma maneira clara e inequívoca, e Portas - o intitucionalista Portas - deveria ser o primeiro a aceitar esta evidência.Ao invés disso, Portas prefere adoptar uma postura beatífica perante os jornalistas, dizendo que o seu requerimento para a convocação de eleições directas reuniu a aprovação da maioria dos conselheiros do partido (mais de 60%), e que a "insistência" de Maria José Nogueira Pinto em convocar um Congresso não passa de "mau perder" e de um "amuo". Ora, há aqui de facto um problema de interpretação: a convocação de um Congresso (extraordinário) não é fruto de uma "decisão" da Presidente do Conselho (e muito menos do seu "mau perder" ou de um irresponsável "amuo"), pois - e parece que há coisas que têm que ser ditas ad nauseum - tal é instantaneamente aceite perante as mais de 1000 assinaturas dos militantes nesse sentido. São os estatutos deste partido, são os estatutos que Portas tem que respeitar.Ainda não contente, Paulo Portas dá uma conferência de imprensa no fim deste longo dia, falando para os militantes do "seu" partido. Este sentido de posse, sem dúvida precipitado, revela infelizmente duas coisas: que Portas não se coíbe de tentar pressionar o Conselho de Jurisdição a dar-lhe um parecer favorável perante um assunto que nem merecia mais polémicas (porque os estatutos - lá está, outra vez - são claros neste ponto); que Portas já se vê como dono e senhor do castelo, uma vez que Ribeiro e Castro não apareceu desde as 3 da tarde, nem ninguém da sua lista de apoiantes. Aliás, o óbvio domínio de opiniões pró-Portas ao longo do dia em Óbidos é também um sinal inequívoco de que, em matéria de marketing político e veiculação de informações, os peões de Portas são muito mais rápidos a chegar aos órgãos de comunicação, aproveitando-se assim da não menos óbvia incompetência de Ribeiro e Castro em fazer-se ouvir e, o que é mais grave, de prever as futuras investidas do inimigo. Seria assim tão descabido prever que Portas teria sempre alguém a falar para as televisões ao longo do dia, passando informações por vezes dúbias sobre o estado de sítio que se vivia dentro daquela sala?O mais grave, no entanto, é a manipulação dessas informações. Paulo Portas mentiu hoje perante as câmaras quando disse que a decisão da Presidente do Conselho tinha aberto uma cisão no partido, adivinhando-se por isso tempos conturbados. É preciso ter uma distintíssima e rotunda falta de carácter para vir afirmar, na pose impecável e irrepreensível que sempre se lhe conheceu, que outro que não ele é o causador da fracturante instabilidade que se gerou dentro deste pequeno partido, quando na verdade esse tem sido o seu trabalho ao longo destes dois anos de aparente "distância crítica". Acontece que o eleitorado, como Paulo Portas tanto gosta de afirmar, não é estúpido. E o eleitorado já percebeu há muito tempo que se há coisa que chateia Paulo Portas é não ter o controlo sobre o "seu" partido. O eleitorado também já percebeu que não é com intrigas, aparições súbitas e discursos repentistas que se ganha confiança e se ganham eleições. O que Paulo Portas mostrou hoje é o rumo que quer para o partido: um punhado de arrivistas sem escrúpulos e sem valores, disposto a tudo para fazer prevalecer as suas ideias, mesmo que para isso tenha que usurpar vergonhosamente a cadeira do poder. A única coisa que este punhado de arrivistas tem a seu favor é uma intermitente e fraca liderança de Ribeiro e Castro.Com Congresso ou sem Congresso, o mais provável é que Portas e as suas hostes reconquistem a liderança deste partido, e com ela garantam o acesso aos empregos, cada vez mais escassos - porque é disso que se trata quando se trata de apoiar Paulo Portas.Prevê-se uma noite longa e escura para o CDS/PP.

os dois partidos

Aquilo que se passou em Óbidos foi uma tentativa de golpe de estado e eliminação de estatutos, regulamentos e regras internas, para instalar no CDS o PP. O Dr. Paulo Portas, que ainda não deu uma ideia nem explicou porque voltou (para além das razões do próprio ego), liderou um processo de linchamento do CDS para instalar um partido populista, demagogo, sem regras e que segue a vontade do seu lider renegando a vontade dos seus militantes.
Abençoada Srª Presidente do Conselho Nacional, que perante o insulto, a ameaça, a berraria manteve a coragem, a determinação e fez prevalecer a lei interna.
Ficou ontem á vista o que nos espera com o regresso do Dr. Paulo Portas ao partido. O CDS não vai contar, os militantes não vão contar (a não ser que sigam a vontade dele e mesmo aí correm o risco de não contarem para nada...), as regras fazem-se por conveniência e alteram-se em poucos segundos com recursos para o plenário, e as próprias leis do estado parece que não terão lugar dentro do partido. Estamos perante o partido de um homem só, absolutista e iluminista, só falta coroar-se rei sol! Mas isto só acontece se o Dr. Paulo Portas agora der a cambalhota e afinal já aceitar ser candidato em congresso, porque até aqui era só em directas, mas depois do que já vimos sabemos que com ele vale tudo, o que hoje é verdade ainda hoje poderá ser mentira, e aquilo que ele disse ontem, ou não disse ou percebemos mal...
JSC

dois partidos, duas mudanças

Ontem o meu partido político dividiu-se violentamente em dois. Raxou irremediavelmente.
Formaram-se de vez dois "estados" em tudo diferentes e separados. Um CDS e um PP.
Esta longa crise interna, que já há muito se vinha arrastando, teve um desfecho: acabou o partido político CDS-PP. Esta é a leitura nua e crua, que faço de tudo quanto vi e ouvi sobre o Conselho Nacional de Domingo. Mas só o tempo dirá se tenho ou não razão.
Mas como não quero, nem devo, falar sem conhecimento de causa, não irei aprofundar o assunto. Irei antes falar sobre o futuro, porque esse sim, é que importa.
Tentando ter uma atitude sentimentalmente desapegada (o que para mim é quase impossível porque sou parte integrante deste "corpo" e gosto muito do meu partido), e tantando fazer uma análise o mais imparcial possível (o que me é penoso pois optei por uma das partes), gostaria de dizer o seguinte:
Mais do que dois modelos distintos de liderança (porque a meu ver isso não é, nem nunca foi o ponto fulcral desta disputa interna), está o modelo do partido. A forma. O conteúdo. A base. A postura. Os valores. Os princípios. A moral. E quanto a isto, tudo mudou. Nada é igual.
Já se percebeu que é preciso mudar, crescer, ir ao encontro da sociedade, das pessoas. Abrir "as portas e janelas a novas pessoas". Ambos os projectos são abertos à mudança. Mas abertos a diferentes tipos de mudança. Ora aqui reside o essencial. O ponto de fulcral importância para perceber que escolha fazer.
Quanto à crise, esta é insanável. Uma ferida demasiado profunda. Uma morte lenta e tortuosa. Digo crise insanável por um simples motivo: ganhe quem ganhar o partido nunca mais será o mesmo. Nunca mais estará unido internamente, coeso e credível exteriormente. Nenhuma das partes irão abdicar daquilo que defendem. As posições estão irremidiavelmente extremadas. Importa agora perceber que atitude devemos tomar. Que projecto seguir.
Quanto a mim, renovo aqui publicamente o meu incondicional apoio ao Dr. Ribeiro e Castro, ao seu projecto de mudança para o CDS. Ele é o meu líder e presidente do meu partido. Se acredito, vou. Vou à luta por aquilo em que acredito, por aquilo que defendo.
Miguel Valentim

Um Partido à margem do Estado de Direito Democrático

Partilho, hoje, com todos aquilo que disse, ontem, no final do Conselho Nacional.

O Partido está a atravessar um processo revolucionário: os Estatutos foram rasgados, as normas desrespeitadas, a lei ignorada.

Para os apoiantes de Portas, com este à cabeça, valem apenas as «meras» maiorias circunstânciais. É um golpe de Estado Partidário!

Assim, ontem os apoiantes de Paulo Portas quiseram:
a) Ignorar o requerimento de cerca de 1400 militantes que, nos termos do artigo 39.º dos Estatutos, garante potestativamente a convocação de um Congresso extraordinário;
b) Ignorar a norma regimental (art. 21.º) que obriga as propostas escritas a serem apresentadas ao Conselho Nacional com 5 dias de antecedência;
c) Ignorar que os Estatutos do CDS só se alteram por maioria qualificada, nos termos gerais (quando nem 2/3 dos votos obtiveram).

Não é preciso saber muito de direito para perceber que nenhuma maioria (ainda por cima não qualificada) não pode, num só dia, fora do Congresso, alterar os Estatutos do CDS à medida dos seus interesses e conveniências. Os Estatutos do CDS não são um pronto da vestir.

É certo que, para o fazer, invocam a "maioria". Mas, esta "maioria" não é senão, na perspectiva destes conselheiros, uma ditadura da maioria. De outra forma, será que estes mesmos senhores ignoram que um partido político mesmo que maioritário no Parlamento não pode, per se, num só dia, alterar a Constituição (e fazê-lo mesmo fora de um processo de revisão constitucional)?

Ignoram, portanto, que maioria não é sinónimo de poder absoluto, ignoram as regras, desprezam a lei e, com isso, colocam-se à margem do Estado de Direito Democrárico.

A falta de honestidade intelectual ultrapassou todos os limites. Podem vencer esta disputa, que transformaram em guerrilha, mas a vitória não sai imaculada. Sai manchada.

São estes senhores que se dizem institucionalistas e querem liderar a Direita?

FMS

domingo, 18 de março de 2007

Directas – a visão jurídica

Amanhã, rectius, hoje, o CDS começará a decidir o seu destino.

Dir-se-á que, infelizmente, a discussão começará da pior maneira possível: Discutir-se-á a forma e não o conteúdo; discutir-se-á o processo e não substância; discutir-se-á o adjectivo e não o substantivo.

Ou será que não?

Porventura, será vício de profissão (sou, orgulhosamente, professor de processo civil), mas sempre tive muita dificuldade em ver tão mal tratada a dita forma.

O processo, sendo forma, sendo adjectivo, é essencial. No e pelo processo se garante a igualdade de armas. Aliás, no “due course of law” sempre se garantiram os direitos individuais. Sempre que menosprezam a forma lembro-me bem de um autor que dizia não temer ser julgado pela lei da União Soviética (substantiva), se lhe garantissem o processo Britânico, mas jamais aceitaria ser julgado pela lei Britânica com as leis processuais da União Soviética.

Na verdade, a forma faz a substância, pelo que análise dos meios processuais para atingir os fins faz toda a diferença.

Julgo, aliás, que uma das razões porque sou institucionalista, de direita e liberal prende-se, exactamente, pelo gosto da forma. Não se é institucionalista se não se respeitar os procedimentos existentes; como não se é liberal ou de direita se não se considerar que nem tudo é permitido para alcançar um fim.

Por isso, considero que reduzir a discussão estatutária a um mero pleito jurídico é redutor.

Ouvi ontem o Dr. Paulo Portas com indisfarçável deleite afirmar, gongoricamente, que afinal as directas eram legais.

Tenho as maiores dúvidas. Para mim, enquanto jurista, não são. Com efeito, estipulando o número 3 do artigo 66º dos Estatutos que “a eficácia plena dos Estatutos aprovados pelo Conselho Nacional depende da sua ratificação pelo Congresso na sua primeira reunião posterior à referida aprovação”não me parece que o Conselho Nacional possa alterar os Estatutos e executá-los na sua versão alterada antes do Congresso se pronunciar. Na verdade, nenhum acto administrativo pode ser executado se ainda não for eficaz e tal eficácia, neste caso, depende da ratificação do Congresso.

Sem prejuízo, assumamos que as directas, neste momento, são legais. Porém, tal assunção sempre implicará que a sua eficácia fique dependente de uma posterior ratificação pelo Congresso.

Assim, compreende-se que a solução das directas, ainda que seja possível, é sempre de uma fragilidade alarmante, porquanto dependente de uma ratificação que pode nunca acontecer. Ou seja, caso se façam directas e, por hipótese, ganhe o Dr. Paulo Portas, caso o Congresso decida que afinal não ratifica as mesmas, o Presidente do Partido será novamente o Dr. Ribeiro e Castro!

Ora, sujeitar o Partido a tal possibilidade não é, no mínimo, próprio de quem se arroga querer ser Presidente do Partido.

Ora, não acreditando eu que alguém inteligente como o Dr. Paulo Portas verdadeiramente acredite que existe um conflito entre a legitimidade decorrente do Congresso e a decorrente de umas directas anteriores, respiga-se que a única e verdadeira razão da escolha das directas pelo Dr. Paulo Portas é a de que os fins justificam os meios.

Pior, os fins justificam que se não permita uma discussão clara, aberta, frontal sobre o melhor método de eleição do líder, confundido o método com o candidato. Pior ainda, pretende-se colocar os militantes num absoluto estado de sujeição, na medida em que se verão confrontados com a necessidade de ratificar um procedimento (as directas) para não serem a chacota nacional.

Ora, esta ânsia de alteração ad-hoc, desprezando as consequências futuras e a vontade dos militantes, tendo por único fito alcançar um método em que se julga que a eleição se assemelha mais fácil (o que nada tem que ver com questões equitativas ou de justiça), compara com a postura do Dr. Ribeiro e Castro.

Com efeito, o Presidente do Partido tem tido uma postura irrepreensível. Diz quais são as regras do Partido, concorda pessoalmente com a mudança para as directas (tendo sido, aliás, o primeiro a sugeri-las) mas - e a forma é tudo -, diz que o Partido é dos militantes, pelo que, só estes, reunidos em Congresso, poderão decidir.

Em conclusão dir-se-á que temos, por um lado, um candidato que para alcançar um objectivo sugere mudanças abruptas dos Estatutos sem consideração pelas consequências futuras ou pelos militantes. Do outro lado, temos alguém que, concordando com a mudança, pretende cumprir os trâmites necessários, estabelecidos pelos próprios militantes.

Ora, cumprir os trâmites não é ser um chato. É, simplesmente, a única forma de assegurar os direitos dos militante e que o CDS/PP é mais do que uma colectividade.

Só posso estar ao lado de quem assegura que o CDS/PP é um partido e, sobretudo, uma instituição. Só posso estar com quem está com os militantes.
DDC

sexta-feira, 16 de março de 2007

Directas e cheque em branco

De repente, o problema das directas tornou-se no tema central da cisão entre Ribeiro e Castro e Paulo Portas. Discutem-se estatutos e acusa-se cada um dos lados de procurar a forma electiva que lhe garanta maiores probabilidades de vitória.

Por princípio contrária a obstinações de tipo formalista, não posso deixar de considerar intrigante o novo cavalo de batalha de Portas. Sobretudo porque, alicerçado num argumento peripatético do termo da legitimidade do mandato de Ribeiro e Castro, o mesmo resvala, ao melhor jeito de menino mimado, na afirmação contundente que jamais disputará a presidência do partido em congresso.

Os que frontalmente criticavam as directas cerram fileiras em nome da sua defesa. Por que razão?

Medo de perder? Medo de, mesmo em caso de vitória, ter de ouvir verdades que preferiam, autistamente, desconsiderar?

Menos mal se assim for. Denota, apenas, vaidade, soberba e a velha tendência para a manigância.

O meu temor é, porém, outro. Receio, até pela constatação da capacidade portista de defender tudo e o seu contrário, que o querer furtar-se à reunião magna dos democratas-cristãos indicie a vontade de deles receber um cheque em branco. Ou dito de outro modo, receio que, não se vinculando a qualquer moção, Portas tenha o espaço livre para realizar os insondáveis planos de edificação – nunca conseguida em sete anos de mandato – de um grande partido. À custa de todos nós e da falência dos nossos valores.
Mafalda Miranda Barbosa

Torto por linhas directas

O Paulo escamoteia o essencial.
Distingue Portas de oposição interna. Ora, como toda a gente já percebeu, Portas sempre foi e é a oposição interna. Não há outra.
O debate das directas é um subterfúgio para impedir que se discuta o resto. Os reais motivos que presidiram a esta campanha contínua contra Ribeiro e Castro desde que ganhou o congresso em Abril de 2005. E quais são as ideias geniais e redentoras que Paulo Portas descobriu nestes últimos dois anos que lhe escaparam nos anteriores sete.
O que está em causa é bem mais fundo. É uma tentativa de golpe. Pura e simples. Absolutamente ridícula em quem passou anos de dedo em riste a pregar a d-i-s-c-i-p-l-i-n-a, o respeito pelos órgãos do partido e que criticou a dissolução da Assembleia da República a meio do mandato. Temos, assim, o paradoxo de lidar com um institucionalista-golpista. Um bombeiro-pirómano. Versão Portas reloaded.
O país já deu por isso. Já viu este filme. E troça desta nova encarnação pontuada pelo mesmo estilo de todas as outras. A comunicação social, descontada a pena benfazeja da Dra. Constança Cunha e Sá, é unânime nessa apreciação.
Ganhe quem ganhar, todos perdem. A começar pelo CDS.
Há quem lhe chame “política pura”. Eu chamo-lhe uma miséria.
JV

quinta-feira, 15 de março de 2007

A diferença!

Nos últimos dois anos o partido foi chamado a pronunciar-se sobre as suas posições e propostas para o país variadissimas vezes. Seja através dos congressos, dos conselhos nacionais, dos almoços do Caldas, do congresso do mundo rural ou de outras iniciativas desse género, o Dr. Ribeiro e Castro, e a sua direcção, quiseram e, procuraram sempre, ouvir mais e mais militantes, peritos nas diferentes àreas da acção política, abrir o partido a independentes e a cidadãs e cidadãos não filiados, multiplicando as opiniões que contam na altura da definição das políticas que apresentamos ao país.
Com a moção 2009, e com o Dr. Ribeiro e Castro, os militantes deixaram de ser a claque ruidosa para serem os construtores do partido, de cima para baixo, de fora para dentro, criando raizes e laços com a sociedade portuguesa que firmam hoje créditos de credibilidade e de empatia que fazem o partido crescer.
Hoje, as políticas que o CDS apresenta ao país reflectem o pensar do partido, dos seus militantes, e acima de tudo vinculam o partido com o seu eleitorado, tornando-o previsivel na proposta e inclusivo no debate, com a vantagem de que hoje, quando o Presidente do CDS, ou qualquer elemento da sua direcção, apresenta uma proposta essa proposta é transparente, democrática, tornando-se fácil perceber os passos que levaram o partido a chegar a essa conclusão, ao contrário de um passado bem recente em que as nossas posições eram anunciadas ao país antes de serem discutidas cá dentro, e em que os militantes não tinham voz nem opinião prévia.
O CDS é um partido que vai do centro-direita à direita, de matriz democrata-cristã, assente nos valores do personalismo, da liberdade, da democracia, da familía, da propriedade privada, em que convivem democrata-cristãos, conservadores e liberais. O CDS é um partido que defende uma sociedade na qual todos temos direito à oportunidade de, através do nosso esforço, das nossas capacidades e dos nossos méritos, nos emanciparmos, prosperarmos e sermos felizes numa sociedade que sendo de todos não nega o individual, e em que o individual estará sempre ao serviço de todos, pois os frutos do esforço individual, do trabalho de cada um de nós criarão essa sociedade das oportunidades e da prosperidade. Porém, para o CDS ser assim no país tem que sê-lo primeiro cá dentro, e nesta altura da nossa vida enquanto partido, julgando o nosso percurso, e conhecendo quem está disponivel para liderar o partido, torna-se claro que o único que serve os interesses do partido, e o único que coloca o partido ao serviço de Portugal é o Dr. Ribeiro e Castro.

João Salviano

A ler

A forma e o conteúdo, por Eduardo Nogueira Pinto

Pela mesma razão de sempre!...

Desde os 14 anos, altura em que me filei na JP, que Amigos e Colegas me perguntam porque decidi participar activamente na vida político-partidária. A minha resposta sempre foi: “acredito em valores e num melhor projecto para Portugal, que o CDS personaliza”.

É por esse conjunto de valores que sempre foram do CDS e porque, mais do que nunca, Portugal exige um projecto ambicioso, estruturado e eficiente, que apoio o Dr. Ribeiro e Castro, rumo a 2009!

Ana Soares

quarta-feira, 14 de março de 2007


Desconfio dos que se julgam providenciais. A providência tende a não lhes fazer a vontade.

Desconfio dos que se julgam insubstituíveis. O tempo encarrega-se de os desmentir.

JV

Eu acredito!

Nunca escondi de ninguém que sou militante do CDS, e julgo mesmo que muitas das pessoas que me conhecem me identificam naturalmente com o partido, por isso julgo legitimo e importante que numa altura em que o meu partido vive momentos conturbados eu venha a publico dar a conhecer qual o meu posicionamento, e qual a minha visão sobre o rumo que, espero, o partido venha a tomar.

Quando no passado dia 1 de Março o Dr. Paulo Portas decidiu anunciar ao país, não ao partido, que era candidato a líder do CDS, e que o método para essa eleição passaria pela marcação de directas, dei por mim num misto de desilusão e de tristeza, pois esperava mais de quem foi um dia Presidente do meu partido.

Não questiono a legitimidade que assiste o Dr. Paulo Portas, bem como qualquer outro militante do partido, em querer ser líder do CDS, antes pelo contrário, sempre elogiarei quem se disponibiliza para receber o “fardo” da liderança, porém tenho que questionar o “timing”, o método e o formato que o Dr. Paulo Portas escolheu para anunciar a sua candidatura.

Desde o congresso de Lisboa em 2005 que o CDS tem vivido em clima de guerrilha provocada por aqueles que o perderam, clima esse que levou à marcação de um novo congresso, desta vez na Batalha, em 2006.

Ora quando todos esperávamos que depois de dois congressos o Dr. Ribeiro e Castro, e a sua direcção, teriam finalmente a liberdade de implementar a moção que venceu dois congressos e que visa levar às portuguesas e aos portugueses, em 2009, um projecto alternativo e coerente para Portugal, assistimos a mais guerrilha e confrontos internos que levaram em Dezembro ultimo ao voto de reprovação da Comissão Politica Nacional do CDS ao líder do grupo parlamentar do partido, e consequentemente à demissão desse mesmo líder parlamentar já em Janeiro ultimo.

Tudo isto é aliás público porque foi esse o método escolhido por quem liderou a guerrilha interna, porém ainda mais grave é o “timing” escolhido. Ao decidir anunciar a sua candidatura a Presidente do CDS, por directas para já, menos de um ano depois de um congresso electivo foi o Dr. Paulo Portas em toda a sua liberdade, mas isto tem uma consequência… a partir de agora o Dr. Paulo Portas não pode voltar a afirmar que é contra os congressos extraordinários e que é a favor do cumprimento na integra dos mandatos recebidos. Porém o que mais estranhei nisto tudo foi o formato escolhido para o anúncio. O Dr. Paulo Portas poderia ter escolhido uma qualquer actividade do partido, poderia ter convocado a comunicação social para uma sede do partido, para anunciar as suas intenções, mas não o fez! Escolheu antes um espaço público, fora do partido, para anunciar que ia avançar para o partido, e isto não faz sentido.

Há muitas razões que podia evocar, para além das acima referidas, para invocar que não poderei apoiar o Dr. Paulo Portas nesta sua aventura, porém há uma razão muito mais forte do que todos os argumentos negativos que possa levantar em relação ao Dr. Paulo Portas, que me leva a não apoiá-lo.

Mais do que não querer o regresso do Dr. Paulo Portas, eu apoio o Dr. Ribeiro e Castro! O CDS precisa de um homem que representa os seus valores e que os incorpora no seu dia-a-dia, na sua acção enquanto líder do partido, na sua abertura ao pluralismo de opiniões, no seu respeito pela diferença, na sua coragem inabalável de seguir as suas convicções, que hoje são também minhas e de muitos outros, na sua capacidade agregadora mas sempre despegada, pedindo sempre a todas e a todos que sejam, como ele, construtores do partido e não seguidores de alguém. É invulgar encontrar alguém assim disponível para a vida pública, para a vida politica, e no CDS temos a sorte de o ter encontrado. O Dr. Ribeiro e Castro é tudo isto, e é muito mais, e por isso, em congresso ou em directas, contra seja quem for, enquanto o Dr. Ribeiro e Castro se mantiver como é hoje, enquanto liderar o partido no campo doutrinário da democracia-cristã, enquanto mantiver este espírito de abertura que permite a que todas e todos estejam no partido em liberdade (com esta liderança o partido já começou a tornar-se num grande espaço para o centro-direita em Portugal, porque este espaço constrói-se pela acção, não pelos “soundbytes”), então terá o meu apoio, um apoio condicionado sempre por um grau de exigência, de rigor, de quem quer sempre mais e melhor para o seu partido acreditando que isso será sempre bom para Portugal.
Eu acredito no Dr. Ribeiro e Castro, sei que sou um entre muitos, cada vez mais, e acredito que o CDS vai prevalecer, vai crescer e vai vencer por Portugal, com Portugal, em 2009 sob a sua liderança!

João Salviano Carmo

José Ribeiro e Castro

Sem querer entrar em discussões ou quezílias internas, fica COM TODA A IMPARCIALIDADE que me foi possível, o porquê do meu SIM ao Dr. Ribeiro e Castro.

1 Cara – José Duarte de Almeida Ribeiro e Castro, 53 anos, casado, Pai de 3 filhos.

1 Projecto – Moção de qualidade inegável, 2009.

1 Ciclo – Em tudo diferente do Portismo. Filiar, “abrir portas e janelas a novas pessoas”,
chegar mais longe. Fazer partido.

1 Citação – “completamente livre, completamente solto”. Diria, a sua imagem de marca.

1 Base – Centenas de militantes disseram e dirão SIM 2009.

1 Dupla Vitória (Interna) – 24 de Abril de 2005 – 492 votos, 53% contra 47% -MV– 6%

7 de Maio de 2006 –547 votos, 57% contra 42% - MV– 15%


1 Dupla Vitória (Externa) – Autárquicas 2005 – Ponte de Lima CDS e 19 Câmaras em Coligação
PP/PSD,
Presidenciais 2006 – Eleição à 1ª volta do Prof. Cavaco Silva.
1ºPresidente de “Direita” em Portugal desde o 25 de Abril de 1974

1 Derrota – Sentida e assumida. Referendo ao Aborto 11 de Fevereiro de 2007.
Deu a cara pelo que acredita.

1 Verdade – Ele Próprio. É um bom homem e bom político. Deu e dá o seu melhor a bem do
CDS-PP, a bem do nosso País.

1 Certeza – “No more jobs for the boys” (or for the girls).

1 Grande Paixão – O CDS.

1 Estilo – Simples, corajoso, humilde, combatente e trabalhador incansável.

1 Guia – Pela sua experiência como político, dirigente centrista, deputado, euro deputado e
governante sabe bem a direcção que o CDS deve tomar.

1 Equipa – Um bom homem, trás boa gente. Caras novas, caras velhas. Todos fazem o CDS.

1 Líder – Discreto e empenhado. Ao contrário do que quase todos diziam, serviu-lhe bem o
fato de presidente. Merece-o.

1 Carácter – Católico. Homem de valores e princípios. Afável, trabalhador e responsável.

1 Visão – Um CDS-PP de Direita que se estenda até ao Centro-Direita. Mais Conservador,
menos Liberal. Essencialmente Doutrinário.

1 Máxima – Ninguém é imbatível.

1 Surpresa – “Fico e sigo até 2009.”


José Ribeiro e Castro. Este é o líder que diz não ao fácil Populismo. Este é o homem que quer para o CDS-PP não 1 mas 1000 protagonistas. Este é o homem que quer um partido de Construtores e Não de Seguidores. Este é um homem que ama o CDS, que acredita no CDS do Futuro. Que diz não ao tachismo e carreirismo. Que luta por uma Democracia mais justa e transparente. Este é o homem que levará novamente o CDS ao percurso do franco crescimento. Este é o homem que acredita que o CDS será uma Alternativa de Governo. Este é o homem que diz SIM ao CDS.


Acreditem, quando eu digo que esta é a melhor escolha que podemos fazer,

Todos, Rumo a 2009.
Miguel Valentim

Porquê RC?

O Dr. Ribeiro e Castro ganhou o partido, ganhou-o com um espírito renovado, contra o estado vigente das coisas, contra os interesses instalados. Apesar de ser da velha guarda, no congresso de 2005 surgiu como uma lufada de ar fresco, surgiu de novo o velho CDS democrata-cristão contra um neo-liberalismo que se tinha aliado ao PSD em dois anos de governo.Não se tratou de pôr em causa a liderança antiga, ninguém ouviu uma crítica do novo presidente contra o partido dos últimos 7 anos, nem contra os dois anos de governo de CDS que tinham terminado (crítica que seria fácil uma vez que, nessa altura, estava na moda bater na dupla Paulo Portas/Santana Lopes). Essa situação não se justificava, o Dr. Portas tinha sido líder, ganhou o congresso contra a Dra. Maria José Nogueira Pinto, quem perdeu perdeu, teve um período de nojo e depois juntou-se ao novo líder para assim fazer um partido melhor, até ter uma nova oportunidade de demonstrar as suas divergências de fundo e, com toda a legitimidade, fazer valer a sua tese e conquistar a liderança. Essa legitimidade, ganha em congresso, nunca foi aceite "por certas e determinadas pessoas". E faço estas aspas por um motivo muito óbvio, para caracterizar o estado de hipocrisia que se viveu no partido durante os últimos dois anos. É normal que quem de direito não se sinta confortável para dizer estas coisas, no fundo somos um partido de boa gente e se de um lado chove do outro lado não pode trovejar, sob pena de andarmos todos a lavar roupa suja na praça pública. É pena, no entanto, que os mesmos que ficaram tão indignados com a espada de Dâmocles que lhes pairou sobre a cabeça durante dois anos de governação e com o próprio fim do governo PSD/CDS venham agora criar o mesmo estado de espírito que tanto criticaram e querer terminar as coisas precisamente da mesma maneira que o Presidente Sampaio. O Dr. RC foi eleito para um mandato de dois anos, desde o início nunca teve a colaboração dos deputados, desde o início que, em vez de ter todo o partido ao seu lado como teve o Dr. Portas, teve a metade do partido que votou em Telmo Correia contra ele. E o Dr. Paulo Portas, que agora vem fazer um papel de virgem ofendida a dizer que nunca esteve contra o líder, foi o pior dos inimigos, fazendo uma oposição surda sem nunca se assumir, personificando um inimigo sem rosto que corroeu as fundações do partido. Estes senhores preferiram fragilizar o partido para criar a tal "crise interna" e depois o conseguirem tomar de assalto, em vez de ajudar a solidificá-lo e prepará-lo para eleições e ajudar o líder que ganhou o congresso. A meu ver isto só tem uma palavra, TRAIÇÃO." Este é o motivo suficiente para responder à pergunta inicial, poderia estar aqui a discutir ideias, o novo PP contra o antigo CDS, as sondagens, as eleições autárquicas o resultado do aborto, etc... tudo isso são motivos que caiem pela base quando uma situação de fundo se sobrepõe. Podiam existir todos os motivos do mundo para o Dr. RC deixar de ser líder do partido (motivos que eu obviamente não subscrevo), mas qualquer um destes motivos cai por terra quando a fonte destas eleições/congresso é uma questão de traição interna. O CDS não pode nem deve pagar a traidores."
Tiago Pestana Vasconcelos

terça-feira, 13 de março de 2007

O Dr. Ribeiro e Castro...

...é simplesmente extraordinário! :) Assim dá gosto estar na política! Vamos ganhar esta crise e rumar a 2009!
João Salviano

Análise e analise

Em momentos amotinados devemos apresentar esclarecimentos curtos e claros. É essa a melhor forma de esclarecer e informar. É essa a melhor forma de definir rumo e traçar caminho. É essa, sobretudo, a forma que nos exige a exigência da compreensão.

É com os pressupostos enunciados que faço a análise da situação do meu partido, do nosso partido. Faço-a, sinceramente, sem querer ofender ou ferir ninguém, mas com a certeza inabalável da convicção.

Entendo que existe, hoje, no CDS, um confronto e uma disputa.

O confronto é entre dois modelos de partido:

- Um modelo de partido que tem ideias, valores e princípios e que procura votos para essas ideias, valores e princípios;
- Outro modelo de partido que identifica votos e procura ideias, valores e princípios para esses votos.

A disputa é entre duas visões:

- A que quer servir o partido;
- A que se quer servir do partido.

Obviamente, apoio o dr. José Ribeiro e Castro.

Luís Lagos

Declaração

O Dr. Paulo Portas decidiu abrir uma crise no CDS-PP, lançando uma disputa pelo regresso à liderança e ao velho ciclo. Fê-lo contra a direcção em funções, a menos de metade do mandato iniciado em Maio de 2006.

Sem obrigação de o fazer, a direcção do partido aceitou o repto, a benefício da clarificação política. Quero pôr termo às quezílias e divisões promovidas por uma oposição interna que se confirmou ser liderada pelo Dr. Paulo Portas.

Fazemo-lo no quadro das regras institucionalizadas, que o Dr. Paulo Portas bem conhece, pois presidiu ao partido durante sete anos e nunca manifestou vontade ou desejo de as mudar.

O CDS é um partido construtor do Estado de direito. A nossa credibilidade colectiva depende muito da forma como desenvolvemos os procedimentos internos. Quem pede regras para o país tem que mostrar regras na própria casa. E respeito por elas. Quem nos olha julga-nos pelo que fazemos, não pelo que dizemos.

O Dr. Paulo Portas bem sabe que, no momento que escolheu para esta crise, o mecanismo adequado para a resolver é o Congresso do partido, em convocação extraordinária. Não pode querer forçar o partido a outro método, não instituído, nem regulado, querendo sujeitar os militantes a uma mudança de normas a trouxe-mouxe, anunciando regras que ninguém conhece. Quem é, como o Dr. Paulo Portas disse na sua declaração, contrário a Congressos extraordinários, tem que ser também contrário a directas extraordinárias. E ainda mais contrário ao absurdo de introduzir a título extraordinário eleições extraordinárias para substituir o Congresso extraordinário adequado a responder à crise extraordinária que ele decidiu abrir neste momento extraordinário. Isso é que seria verdadeiramente extraordinário!

Não é o Dr. Paulo Portas que dita ao partido as regras que quer. É o partido que diz ao Dr. Paulo Portas, como a qualquer militante, quais as regras que temos.

Tanto me faz disputar a liderança em eleições directas ou em Congresso, defendendo a moção “2009”. Não tenho medo de directas, nem fujo do Congresso. Quero directas. Uma vez instituídas solidamente nos Estatutos, certamente disputarei muitas. Se puder ser agora, ainda melhor. É também em directas que quero vencer em definitivo a crise lançada pelo Dr. Paulo Portas.

Mas o partido não é meu, nem do Dr. Paulo Portas. O partido é dos militantes.

No dia em que o partido institucionalizar em definitivo as directas, isso será um grande êxito da minha direcção, que sempre as defendeu. Queremos directas COMO DEVE SER, directas CDS, directas PARA SEMPRE, não uma manobra ou um capricho momentâneo. Todos sabemos que isso exige um processo sério de revisão estatutária, ponderado, rigoroso, democrático e participado pelos militantes, à semelhança do que outros partidos já fizeram, passando por um Congresso com competência estatutária.

A direcção não prescinde de um Congresso imediato, seja um Congresso estatutário a que se seguiria o restante processo político, seja, para abreviar calendário, um Congresso pleno, como sempre tivemos, e capaz também para a reforma estatutária das directas.

Para a urgência na resolução da crise aberta pelo Dr. Paulo Portas, o mecanismo imediato, de resposta urgente, é o Congresso. O partido tem essa experiência: é de convocação e realização muito rápida.

Os Estatutos não deixam, aliás, a menor dúvida: o Congresso é o órgão supremo do Partido. É aí que todos os militantes nos representamos.

A direcção foi eleita em Congresso. Temos o direito e o dever de responder perante os congressistas – outros também. A direcção aceita a possibilidade de vir a interromper o seu mandato perante o Congresso, não diante de quem provoca esta instabilidade.

Fazemos política seriamente e queremos um partido sério. Queremos trazer cada vez mais seriedade à política. Não alinhamos em manobras, de que importa defender o CDS.

Estes movimentos da oposição interna contra a estabilidade do partido – contra a estabilidade dos mandatos, contra a estabilidade dos órgãos, contra a estabilidade das regras – põem em sério risco o nosso partido, o partido de Freitas do Amaral e de Amaro da Costa, o partido de Lucas Pires e de Adriano Moreira, o partido de Manuel Monteiro e de Paulo Portas, o meu partido também, o nosso partido. E é para defesa deste nosso partido, com 33 anos de história e tanto futuro se o não estragarmos, que faço este apelo.

A palavra não vai ser devolvida aos militantes. A palavra é dos militantes.

Recebi de militantes de Leiria um requerimento para, nos termos estatutários, ser convocado de imediato o Congresso, pela assinatura directa dos militantes, no mínimo mil. Apelo a todos os militantes de base do CDS – é aos militantes que me dirijo – para assinarem este requerimento que eu próprio assino nesta altura.

Querem forçar eleições directas em condições impróprias, lesivas do partido. Vamos também em directas para o Congresso, envolvendo os militantes.
Não se assalta o poder no CDS. Há que poupar tempo, evitar intermináveis conflitos processuais. O futuro do CDS não pode esperar.

Lisboa, 13 de Março de 2007

O Presidente do CDS-PP,
José Ribeiro e Castro

segunda-feira, 12 de março de 2007

Razões de Apoio (ii)

Segundo, a história dos últimos 2 anos

Ribeiro e Castro em 2005 ganhou o Congresso de Lisboa contra a máquina partidária e esta nunca se conformou, nunca aceitou ou se resignou face à derrota.

Primeiro nas Autárquicas: longe de assumirem o resultado do partido como o resultado de todos, os deputados (muitos deles Presidentes distritais) procuraram responsabilizar apenas o Presidente do Partido. Inaceitável, tanto mais que Ribeiro e Castro era Presidente há só 6 meses, jogou 10 minutos num jogo de 90.

Depois, nas Presidenciais: procuraram divergir onde havia evidente necessidade de unidade. Fantasiaram uma alternativa que nunca existiu, nem podia existir.

Nas votações no Parlamento: ficcionaram divergências quanto à orientação do partido em matérias éticas como a reprodução medicamente assistida.

Na Direcção do Grupo Parlamentar: incapazes de colocar o lugar à disposição, mesmo quando manifestamente tinham impossibilitado qualquer coabitação pacífica.

No referendo do aborto: a falta de empenhamento foi notória.

Devo apoiar quem travou os combates pelo Partido, dando a cara em momentos difíceis.

sábado, 10 de março de 2007

Frase do dia

Nem tudo o que é simples é juridicamente correcto.
DDC

sexta-feira, 9 de março de 2007

Porque voto Ribeiro e Castro

Três anos, três congressos, a percepção do caos partidário em que nos vemos mergulhados e a certeza clara de que algo terá de mudar. Opte-se por quem se optar, apetece-me dar voz ao aforismo “assim não pode continuar”.
Incapaz de sindicar – para lá da aparência sempre superficial e enganadora – o móbil concreto dos protagonistas deste palco, resta-me ajuizar os actos e, na busca da fundamentação que ancore uma decisão de voto, construir cenários justificativos da clivagem a que assistimos.
Em 2005, Ribeiro e Castro surpreendeu, vencendo, em Lisboa, contra o que era expectável, o congresso que o opunha a Telmo Correia. De então para cá, várias são as vozes que ecoam mostrando as fragilidades da oposição por si liderada. A suposta irrelevância do partido agita-se como uma bandeira e conduz-me à dúvida. Se a inabilidade política do actual líder é de tal modo evidente por que razão se esconderam todos no ano passado, transformando João Almeida no testa de ferro da apresentação de um articulado de ideias materialmente duvidosas? O que se terá agravado desde Maio de 2006? Será que nada, tratando-se unicamente de uma questão de timing pessoal, aliás, impossivelmente disfarçada pela convocação do argumento formalista e erróneo das directas e do termo do mandato castrista?
Mais do que isso, pergunto-me: se nem tudo está bem a quem o devemos? A Ribeiro e Castro e à sua direcção ou àquilo que foi já chamado de antagonismo militante e que, acalmando aqui e ali, nunca se desvaneceu, fazendo lembrar o ataque cerrado aos governos de coligação? Dou por mim a pensar no que teria sido a liderança de Paulo Portas se, em vez do apoio incondicional dos seus pares, tivesse sido vilipendiado a cada instante. E olhem que motivos não teriam faltado se o desejo fosse a queda.
Errare humanum est e ditam a prudência, o carácter, a correcção de comportamentos e a lealdade que as falhas não devem ser sublinhadas em público por quem está do nosso lado.
Preferia ter sido poupada ao espectáculo. Ter-me mantido na ignorância de quem não frequenta assiduamente o Caldas. Quis a vida que assim não fosse. Quiseram alguns fazer da comunicação social o veículo privilegiado de difusão de ideias e críticas que deveriam ficar no recato “familiar”. O resultado parece-me óbvio. Se outros não puderem ser imputados ao comportamento descrito, um afigura-se certo. A confusão. A ausência de clareza na identificação do culpado, seja por haver concorrência de responsabilidades, seja porque o ruído de fundo se tornou de tal modo gritante que impede a serenidade das grandes decisões.
Mas temos de decidir. Tenho de decidir. Ribeiro e Castro ou Portas? O segundo empolgou-me no Independente e cumpriu de forma carismática a sua missão no CDS. O primeiro escreve actualmente a sua história no partido. Os estilos são de tal modo diferentes que impedem a comparação directa. O que cada um trará no futuro é uma incógnita, até porque, com todas as qualidades políticas que possui, Portas nunca conseguiu – numa conjuntura mais favorável que a actual – fazer-nos descolar eleitoralmente. Não aceito a falácia da construção de um grande partido de direita. Porque não o fez durante os sete anos de presidência? E se agora está em condições de cumprir o desiderato, qual o preço que vamos pagar?
Situo-me, portanto, no presente para decidir. É esse o meu tempo, é essa a minha condição. De todos nós.
E, recusando o maniqueísmo da aglomeração dos bons de um lado e dos maus do outro, procuro as causas do divisionismo para, percepcionando-as, me filiar de um dos lados.
Dois podem ser os motivos para a hostilidade portista a Ribeiro e Castro.
Numa perspectiva táctica, nunca houve conformação com a derrota e a passagem do tempo avoluma o fantasma da perda de uma posição de destaque no mundo político de quem muitos dependem para viver. Se esse fosse o motivo da candidatura de Portas, não hesitaria em dar o meu voto a Ribeiro e Castro. Porque devemos servir a política e não servirmo-nos dela; porque recuso o maquiavelismo que arreda a ética, os valores, a tradição dos costumes do horizonte político. Prefiro, pois, não a considerar para, quem sabe ingenuamente, acreditar que é a ideologia e uma visão estratégica para o partido que estão, verdadeiramente, em causa. E considerar, na minha fundamentação discursiva, a primeira, já que é a ela que deve estar subordinada a estratégia e não o invés, sob pena de cairmos, ainda que involuntariamente e para fora, na primeira perspectiva denunciada.
A dualidade sobre que somos chamados a pronunciar-nos reconduz-se, então, e in fine, à oposição entre liberais e democratas-cristãos. O dilema decisório esvanece-se, então. Porque o liberalismo que nos querem impor não é mais do que uma visão esquerdista de abordagem do mundo. Uma visão que, entroncando no individualismo radical, olvida a pessoa humana e toda a sua dignidade. Uma visão que encerra o homem na des-solidariedade potenciadora do arbítrio. Uma visão que esmaga a responsabilidade e a solidariedade, transformando o homem no predador do seu semelhante. Uma visão que resvala no relativismo, no nihilismo.
Se é esse o preço a pagar para ter um grande partido, não aceito. Prefiro o orgulho de pertencer a um pequeno partido convicto, guardião dos valores em que me revejo, do que a falência ética que me querem vender. Prefiro o orgulho de, num momento de tristeza, ver o líder do meu partido afirmar sem medo a nossa fidelidade na defesa da vida e da família ao facilitismo de quem, contagiado pelos ventos da pós-modernidade, pós-metafísica e pós-secularidade, acha que o partido se torna rebarbativo, antiquado e pouco sexy se não abrir as portas aos casamentos homossexuais, se não abdicar do combate pela vida, se se mantiver como o guardião de tudo aquilo que sempre nos uniu sob a marca do personalismo.
Dir-me-ão que Portas não pensa assim. Não pensava no passado, é certo. Mas aí esbarro num obstáculo. Portas cumpriu-se integralmente no partido. Fê-lo até ao ponto de considerar que devia ir embora pelo seu pé. Esgotou-se. Volta agora, supostamente renovado. E temo que a renovação seja, afinal, a perdição.
Mafalda Miranda Barbosa

O primado dos valores

Foi com confessada esperança que recebi a proposta que o Dr. José Ribeiro e Castro entregou, com merecido êxito, nas mãos dos militantes do CDS. Revi-me num projecto que se distinguia, no panorama político nacional, pelos valores. Valores que são os meus e, acredito, os de tantos portugueses.
O sucesso eleitoral é a vocação de um partido, mas não pode ser entendido como um fim. É apenas um instrumento de transformação. E só poderá transformar quem se mostrar depositário de um capital de esperança, de uma esperança que tem de repousar na intrínseca bondade das ideias. Na oposição ao governo não é preciso mudar apenas o estilo, a estratégia comunicacional, a forma. Portugal precisa de uma mudança bem mais profunda. De uma serena mas determinada afirmação de valores. No ruído que mina a política, o CDS tem de encontrar a sua vantagem competitiva na seriedade de um projecto marcadamente personalista.
Apesar das muitas dificuldades que têm sido postas, interna e externamente, à liderança do Dr. Ribeiro e Castro, tem sido possível encontrar no CDS um partido que está ao lado das boas causas e ao serviço de uma qualificada e responsável forma de fazer política. Penso que é disso que o partido precisa e que é este CDS que faz falta a Portugal.
Nuno Pombo

quinta-feira, 8 de março de 2007

Razões de Apoio (i)

Primeiro, a questão das Directas.

Sou jurista e quero respeitar essa minha condição.
Os juristas - como bem lembrou o Prof. Narana Coisoró - têm a "obrigação para não falar à toa".

O CDS é um Partido Político e não um mero movimento político. Se fosse um mero movimento político, i.e. um mero grupo político não institucionalizado, então, podia eleger o seu líder através do método ad hoc que entendesse em cada momento: podia elegê-lo por congresso, por directas ou simplesmente por nomeação.

Todavia, o CDS - como já se disse - não é um mero movimento político, é um Partido que tem Estatutos próprios. No CDS os líderes chamam-se Presidentes e estes são eleitos, de acordo com os Estatutos, em Congressos.

É que, justamente, por ser um Partido, que o CDS deve respeitar os seus Estatutos - é o império da lei sobre vontades pessoais circunstanciais. Aliás, quem mais reclama, agora, directas, foi quem nunca as quis instituir. Lembram-se dos Congressos do Porto e de Lisboa? Deve à lei, quem a faz, obediência!

Ademais, há muitos no CDS que gostam de se auto-proclamar institucionalistas. O que fica por compreender é se um institucionalista pode querer sê-lo se, comitantemente, actua deliberadamente contra as previsões estatutárias, quebrando regras que conhece de alto a baixo. E tudo isto por razões de mera oportunidade política.

E de nada aproveita invocar irregularidades passadas - procurando refutar que no Congresso de Lisboa houve um mandato para directas, o que não se repetiu no Congresso da Batalha. Nesta sede, a pergunta que tem de colocar é a de saber em que manual se diz que uma (eventual) irregularidade se pode corrigir com uma evidente irregularidade?

Devo apoiar quem pretende proteger os Estatutos (e que até não se esconde por detrás destes - porque em condições de legalidade está disponível para as directas) na medida em que esse é o único caminho que permite proteger o Partido, enquanto tal.

Filipe Santos